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TRABALHO
Metalúrgicos do ABC rejeitam proposta e param por tempo indeterminado
Greve deve crescer em montadoras
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos rejeitaram a
proposta de reajuste salarial do
Sinfavea (sindicato dos fabricantes de veículos), e a greve, iniciada
ontem em algumas unidades, deve se estender a partir de hoje por
tempo indeterminado. A decisão
foi tomada sob chuva, em assembléia que reuniu 10 mil trabalhadores, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A proposta previa reajuste de
15,7% -reposição da inflação pelo INPC entre outubro de 2002 e
setembro deste ano- para quem
ganha até R$ 4.200. Acima dessa
faixa, haveria reajuste único de R$
659,40. A antecipação da data-base (novembro) para outubro em
2003 e para setembro em 2004 e
um aumento de 190,34% no piso
salarial (passaria para R$ 750)
também integravam a proposta.
As comissões de fábrica de cada
montadora vão decidir de que
forma a paralisação será feita.
Na Volkswagen, a greve começou ontem, quando funcionários
do segundo e terceiro turnos deixaram a produção parada e foram
em passeata da via Anchieta até a
sede do sindicato. A empresa confirmou a paralisação.
Os cerca de 4.000 funcionários
da Ford também não trabalham
hoje. Após a assembléia marcada
para as 6h, eles irão para casa.
Na Scania, 500 trabalhadores do
segundo turno cruzaram os braços ontem. Na Mercedes-Benz, a
estratégia de parar um setor mensalista diariamente, adotada há
dois dias, vai continuar. Hoje o
protesto deve atingir o setor de
motores, com 1.500 funcionários.
"Isso acaba com qualquer boato
de que os sindicatos [da CUT] estavam atrelados ao governo", disse o presidente do sindicato do
ABC, José Lopez Feijóo.
Já os trabalhadores da Volks em
Taubaté (130 km de SP) rejeitaram em assembléia, por unanimidade, o reajuste oferecido pela
montadora e decidiram entrar em
estado de greve.
Eles rejeitaram a realocação de
2.010 operários considerados excedentes para a Autovisão (empresa criada pela Volks), sem garantia de emprego. Caso a empresa não apresente nova proposta
de reajuste, a categoria deverá iniciar uma greve por tempo indeterminado.
Manifestação no Santander
Mil funcionários do prédio de
administração geral do Santander
Banespa, antigo edifício sede do
banco, fizeram um dia de paralisação ontem contra 35 demissões
e contra a ameaça de mais de 300
dispensas, informou o Sindicato
dos Bancários de São Paulo. A assessoria do Santander Banespa
não se pronunciou.
Na manifestação em agência na
região central de São Paulo, os
funcionários colaram 35 cruzes
de papel na parede do banco, em
alusão aos demitidos. Segundo o
sindicato, a agência ficou fechada.
Anistia aos petroleiros
Também ontem, a Câmara dos
Deputados aprovou projeto de lei
que concede anistia aos petroleiros punidos em razão de greves
no período entre 10 de setembro
de 1994 e 1º de setembro de 1996.
O projeto, que ainda precisa ser
aprovado pelo Senado, prevê a
concessão de anistia a dirigentes,
representantes sindicais e aos trabalhadores punidos pela greve.
Colaboraram a Sucursal de Brasília e a Folha Vale
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