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Fazenda e BC temem processo por ação anticrise, diz Mantega
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além do receio dos bancos
privados em socorrer as instituições menores em dificuldade de caixa, o próprio governo,
segundo o ministro Guido
Mantega (Fazenda), teme ser
acionado judicialmente ao
atuar para tentar minimizar os
efeitos da crise financeira mundial na economia brasileira. Por
isso, a equipe econômica tem
buscado dar respaldo legal às
suas ações, o que torna a ajuda
pública demorada e, muitas vezes, inacessível.
Enquanto de um lado os bancos não querem correr risco
emprestando dinheiro para as
instituições que podem quebrar e, do outro, o governo tem
medo de ser questionado pelo
Ministério Público ou pelo
TCU (Tribunal de Contas da
União). Assim, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o FGC
(Fundo Garantidor de Crédito)
são obrigados a assumir responsabilidades de terceiros.
Ontem, durante encontro
com empresários, Mantega admitiu que ele e o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, têm receito de responder
a processos judiciais por causa
de ações para combater os efeito da crise. Ao rebater as críticas de que as ações já anunciadas pelo governo têm demorado a surtir efeito, Mantega argumentou que até nos EUA, o
centro da crise, as medidas não
estão implementadas.
Depois, citou a linha de empréstimo do BC para o mercado
(redesconto), que foi reformulada há duas semanas, mas não
tem combatido a falta de liquidez. Segundo ele,o governo
descobriu que o redesconto era
limitado por questões legais e,
por isso, foi preciso preciso mudar a lei, editando a MP 442,
que ainda precisa da aprovação
do Congresso Nacional.
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