São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fazenda e BC temem processo por ação anticrise, diz Mantega

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além do receio dos bancos privados em socorrer as instituições menores em dificuldade de caixa, o próprio governo, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), teme ser acionado judicialmente ao atuar para tentar minimizar os efeitos da crise financeira mundial na economia brasileira. Por isso, a equipe econômica tem buscado dar respaldo legal às suas ações, o que torna a ajuda pública demorada e, muitas vezes, inacessível.
Enquanto de um lado os bancos não querem correr risco emprestando dinheiro para as instituições que podem quebrar e, do outro, o governo tem medo de ser questionado pelo Ministério Público ou pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Assim, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) são obrigados a assumir responsabilidades de terceiros.
Ontem, durante encontro com empresários, Mantega admitiu que ele e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, têm receito de responder a processos judiciais por causa de ações para combater os efeito da crise. Ao rebater as críticas de que as ações já anunciadas pelo governo têm demorado a surtir efeito, Mantega argumentou que até nos EUA, o centro da crise, as medidas não estão implementadas.
Depois, citou a linha de empréstimo do BC para o mercado (redesconto), que foi reformulada há duas semanas, mas não tem combatido a falta de liquidez. Segundo ele,o governo descobriu que o redesconto era limitado por questões legais e, por isso, foi preciso preciso mudar a lei, editando a MP 442, que ainda precisa da aprovação do Congresso Nacional.


Texto Anterior: Santander inclui ganho do Real e lucra R$ 2,23 bilhões no ano
Próximo Texto: Febraban vê menor pressão de liquidez após ações do governo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.