São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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Febraban vê menor pressão de liquidez após ações do governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgou nota ontem para dizer que as medidas do governo que liberaram mais depósitos compulsórios para as instituição já diminuíram "a pressão sobre a liquidez". Segundo a nota, "os principais bancos já adquiriram 53 carteiras" de crédito por cerca de "R$ 4,85 bilhões.
Esse valor equivale a 16,4% dos R$ 29,5 bilhões que o Banco Central liberou, para todos os bancos, do compulsório especificamente para aquisição de carteiras. A Febraban diz que "os recursos liberados dos depósitos compulsórios têm de chegar às empresas e aos consumidores". Segundo ela, "de fato, as instituições financeiras estão fazendo que cheguem".
Para enfrentar os efeitos da crise econômica internacional, o governo relaxou as regras dos depósitos compulsórios. Ou seja, diminuiu o total de recursos dos clientes que os bancos têm de manter depositados no BC.
A Febraban diz que "há diversas ilações indicando que a rentabilidade do sistema se beneficiaria com a liberação do compulsório". Segundo ela, "os compulsórios liberados estavam sendo remunerados pelo Banco Central aos bancos com base na taxa Selic e caso esses recursos agora liberados fossem mantidos em títulos públicos não trariam ganhos adicionais".
A nota diz ainda que "quanto ao grau de seletividade das operações, é este o procedimento recomendado pela boa prática e é o que tem permitido aos bancos brasileiros apresentar bons balanços e um elevado grau de resistência à crise internacional".
"As operações de mercado de capitais, colocações de debêntures e ações é que foram fortemente afetadas em função da crise nos mercados de capitais com os investidores institucionais retraídos. Essa situação tem gerado uma maior demanda por crédito bancário", diz a nota. Ainda segundo a Febraban, "as empresas que, em condições normais, emitiriam debêntures e ações, buscam se financiar junto aos bancos" e "não é por outro motivo que as operações de capital de giro apresentaram um robusto crescimento de 82,7% nos 12 meses" até setembro.
Além disso, segue a nota, "muitas empresas brasileiras dispunham de linhas de crédito no exterior, que foram suspensas com a crise internacional, o que as fez buscarem crédito no mercado interno, contribuindo para aumentar a demanda".
A Febraban afirma ainda que "tem todo o interesse em preservar a higidez do sistema financeiro e, nesse sentido, em ver restaurada a normalidade do funcionamento da intermediação financeira o mais rápido possível, reduzindo as pressões e, assim, trazendo tranqüilidade aos mercados e à sociedade brasileira".


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