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Indústria afirma que crédito não é repassado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Empresários do setor industrial fizeram críticas, ontem, às medidas anunciadas
pelo governo para conter os
efeitos da crise financeira
mundial no Brasil, como a liberação dos compulsório para os bancos. Os representantes da indústria fazem coro às reclamações de que os
bancos estão "empoçando o
dinheiro", ou seja, não repassam o capital liberado pelo
BC para linhas de crédito
nem para os bancos menores
com dificuldades de liquidez.
"[O governo] está dando
sangue para o vampiro. Os
bancos estão segurando as linhas de crédito", afirmou o
presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto.
Ele reclamou, ainda, do aumento da taxa de juros. Segundo o empresário, o custo
dos empréstimos "dobrou"
neste mês. "Agora não adianta o Banco Central baixar a
taxa [básica] de juros porque
os bancos já tomaram a dianteira e aumentaram os juros", disse Neto.
Presente ao evento organizado pela CNI, o ministro
Guido Mantega (Fazenda)
saiu em defesa dos bancos
que não repassaram os recursos liberados pelo BC para linhas de crédito ou instituições em dificuldade. "Estamos em uma crise. É natural que as instituições estejam em uma posição de comedimento, de mais precaução. As linhas de capital de
giro estão menores, mas não
estamos em uma situação de
travamento como na economia americana."
Os empresários aproveitaram ontem o Encontro Nacional da Indústria para reforçar as críticas à política
monetária do BC. O principal
protesto foi para a possibilidade de o Copom (Comitê de
Política Monetária) aumentar a taxa Selic, hoje.
O aumento dos juros para
conter a inflação pode ter um
efeito negativo no crescimento econômico do país.
Embora a projeção oficial seja de 4,5%, alguns integrantes do governo já admitem
aumento de apenas 2%.
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