|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NY ajuda, e Bovespa tem alta de 13,4%
Com exterior animado, investidores vão às compras; todas as ações do Ibovespa encerraram o pregão com valorização
Ganhos expressivos de
ontem não significam uma
mudança de tendência;
perda mensal da Bolsa está
elevada, ficando em 32,6%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na véspera de os bancos centrais definirem os juros nos Estados Unidos e no Brasil, as
Bolsas de Valores registraram
ganhos muito elevados pelo
mundo. Para a Bovespa, o pregão de recuperação resultou
em valorização de 13,42%.
Todavia, a alta expressiva
não conseguiu afastar a Bolsa
paulista do terreno negativo no
acumulado do mês. A depreciação em outubro ainda está em
32,61%. As perdas no ano alcançam 47,74%. Aos 33.386
pontos, a Bovespa ainda está
54,6% abaixo de seu pico histórico (os 73.516 pontos registrados em 20 de maio).
Com a trégua de notícias negativas, os investidores foram
às compras em um mercado de
ações depreciadas, tanto aqui
como no exterior. A Bovespa
havia encerrado na segunda em
seu menor nível em três anos.
No fim da tarde, os investidores passaram a especular com a
possibilidade de o Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
EUA) reduzir os juros de forma
mais forte do que o esperado
-o mercado conta com um corte de 1,5 ponto percentual, para
1,25%, na taxa americana.
No exterior, houve altas muito expressivas nas Bolsas de
Frankfurt (11,28%), de Nova
York (o Dow Jones avançou
10,88%) e de Tóquio (6,41%).
Na Bovespa, operadores notaram até a participação de capital externo na ponta de compra ontem. A saída recorde dos
estrangeiros do mercado local
tem sido um fator muito punitivo para a Bovespa. Todas as
66 ações do índice Ibovespa encerraram o pregão com ganhos.
A recuperação de Petrobras,
Vale e dos bancos ajudou a sustentar o Ibovespa em elevado
patamar durante boa parte do
pregão de ontem, por estarem
entre os papéis de maior negociação do mercado.
A ação preferencial "A" da
Vale terminou com ganhos de
13,38%. Já para Petrobras PN, o
papel mais negociado da Bovespa, a alta ficou em 10,71%. No
setor bancário, destaque para
Unibanco UNT (13,91% de ganho), Bradesco PN (13,84%),
Banco do Brasil ON (13,24%) e
Itaú PN (8,85%).
"A Bolsa está com preços
muito baixos, principalmente
se olharmos os fundamentos
das empresas. Com o fraco dia
de indicadores econômicos,
houve espaço para boas recuperações. Mas a forte alta de
hoje [ontem] não significa que
houve uma mudança de tendência do mercado. Nada garante que não tenhamos perdas
amanhã [hoje]", afirma Theodoro Fleury, analista de mercado da XP Investimentos.
No pregão do último dia 14, a
Bolsa havia tido valorização
ainda mais expressiva, de
14,66%. E isso não representou
uma reversão do mau momento. De lá para cá, não faltaram
pregões de baixas.
Ao se considerar o topo do
Ibovespa ontem, apareceram
ações de empresas ligadas à
economia interna. No setor
imobiliário, destacaram-se
Cyrela Realt ON, com valorização de 33,54%, e Gafisa ON, que
subiu 29,53%. Em seguida apareceram as ações preferenciais
das Lojas Americanas, com
28,04%, e América Latina Logística UNT, que teve apreciação de 27,73%.
A fuga de capital externo do
mercado acionário, que ocorre
desde junho, já retirou do pregão da Bovespa cerca de R$ 23
bilhões. Neste mês, a saída era
de R$ 4,67 bilhões no dia 24, último dado disponibilizado.
"Pontualmente podemos ver
os estrangeiros comprando
ações na Bolsa. Mas para um
retorno de fato teremos de esperar o mercado se estabilizar
lá fora. E esse processo vai ser
lento", afirma Fleury.
Texto Anterior: Indústria afirma que crédito não é repassado Próximo Texto: Dólar cai 2,5% e fecha cotado a R$ 2,188 Índice
|