São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

USINAS VÃO AO GOVERNO
O setor sucroalcooleiro, um dos mais elogiados pelo presidente Lula em suas viagens ao exterior, buscará o apoio do governo nos próximos dias. Ontem, o setor aproveitou o grande número de representantes na conferência sobre açúcar e álcool da Datagro, em São Paulo, para definir a pauta de reivindicações.

CRÉDITO
Como ocorre com todos os setores da economia, crédito também é problema para a indústria sucroalcooleira e, portanto, será um dos itens de discussão com o governo. Bastante atuante nas exportações, o setor necessita de crédito para garantir vendas externas.

INVESTIMENTOS
Outro item que estará na pauta de reivindicações das usinas será a manutenção dos empréstimos acertados pelo BNDES para a ampliação ou construção de novas unidades. O setor quer, ainda, capital de giro para manter os estoques que deverão ser "carregados" até a entressafra, que ocorre no início do próximo ano.

FUNDAMENTOS BONS
Marcos Jank, da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), diz que, apesar dos bons fundamentos, o setor precisa de crédito "para atravessar esta fase que não é só nossa, mas de todos". Plínio Nastari, da Datagro, também vê cenários internos e externos positivos, mas diz que "é preciso a busca de uma solução para o curto prazo".

CONTENCIOSO
O governo estuda, com a iniciativa privada, a abertura de um contencioso contra os EUA no caso da taxação do álcool brasileiro, afirmou ontem o embaixador Roberto Azevedo, na conferência da Datagro. Já Jank, da Unica, diz que o setor privado está atuando em várias frentes, e que o contencioso será a última opção.

ERRO DE CÁLCULO
Não bastassem a saída dos fundos de investimento do mercado de commodities e a ampliação da crise financeira mundial, o governo dos EUA também teve sua parte na derrocada dos preços da soja. Neste mês, o Usda (Departamento de Agricultura) se equivocou e divulgou área plantada maior do que a real.

LIMITE DE BAIXA
Com previsão de área maior, a safra também foi esquentada, derrubando os preços para o limite de baixa na divulgação, que ocorreu no dia 10 deste mês. A queda da safra pode ser maior ainda, já que a expectativa é que a produtividade seja menor no restante da safra que ainda falta para ser colhida.

BOA NOTÍCIA
Fernando Muraro, da AgRural, diz que "essa é uma boa notícia para 2009". O mercado reagiu ontem, com elevação durante o dia, mas no final acabou cedendo devido ao cenário ruim da economia mundial.

OS NÚMEROS
No início deste mês o Usda tinha previsto plantio de de 31,2 milhões de hectares de soja nos EUA, área que foi reduzida para 30,7 milhões, ontem. A produção recuou de 81,2 milhões de toneladas para 79,8 milhões no período. Com isso, os estoques finais de 2009 recuam para 5,6 milhões de toneladas.


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