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EUROPA
Para Hans Tietmeyer, presidente do Bundesbank, corte de taxa não cria emprego
BC alemão defende juro à véspera do euro
das agências internacionais
A integração européia pode ser
comprometida em virtude do conflito entre o Banco Central Europeu e as nações que vão aderir ao
euro a partir desta sexta-feira.
O alerta foi feito ontem pelo presidente do Bundesbank (o banco
central alemão), Hans Tietmeyer.
É uma falácia, segundo ele, a crença de que mais empregos serão
criados se houver um relaxamento
da política monetária.
O desemprego atinge, na média,
11,5% da população economicamente ativa dos 11 países que vão
adotar a moeda única. Governos
sociais-democratas, entre os quais
o alemão, vêm insistindo para que
o Banco Central Europeu reduza
seus juros para estimular a economia da região, o que levaria a um
aumento da oferta de emprego.
A instituição, que assumirá a
partir desta sexta-feira o controle
sobre a política monetária dos 11
países, reluta em diminuir juros
porque acredita que a medida pode pôr em risco a estabilidade dos
preços.
"A melhor contribuição da política monetária para que haja mais
crescimento e emprego é oferecer
orientação clara para garantir a estabilidade e facilitar o planejamento econômico", escreveu Tietmeyer em artigo que será publicado
no dia 1º na imprensa alemã.
Tietmeyer afirma que o desemprego na Europa se deve a fatores
estruturais, e a política monetária
não pode assumir responsabilidades de outras áreas.
As diferentes opiniões a respeito
do papel da política monetária e a
prioridade da estabilidade podem
levar a tensões graves, de acordo o
dirigente do Bundesbank. "Isso
não se deve permitir que ocorra",
completa.
²
Cortes
Os 11 países da Europa que vão
adotar o euro, a moeda única, haviam surpreendido o mercado internacional ao anunciar um corte
conjunto de suas taxas de juros de
curto prazo no último dia 3.
Os juros, que chegavam a até
3,75%, passaram na ocasião a 3%
ao ano -com exceção da Itália,
que reduziu de 4% para 3,5% ao
ano naquele dia, mas acabou
anunciando nova taxa, de 3% ao
ano, na semana passada. É a primeira vez que os 11 países possuem
uma taxa de juros comum.
Quando o corte dos juros foi
anunciado, Hans Tietmeyer afirmou que a decisão havia sido tomada com o objetivo de baratear
os custos do crédito e, assim, combater uma perspectiva econômica
"nublada" para a economia da região. Dias antes, o presidente do
Banco Central Europeu, Wim Duisenberg, afirmara que estava certo
de que, em virtude da crise mundial, o crescimento da zona do euro se limitará a 2,5% em 99, contra
a taxa de 3% prevista para este ano.
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