São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

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ATIVIDADE

Setores mecânico, de material elétrico e de papel tiveram melhor desempenho em 2003 sobre 2002, diz a Fiesp

Exportação faz indústria crescer 1,2% em SP

Felipe Varana/Folha Imagem
Carlos Lessa, presidente do BNDES, em almoço com empresários, na sede do banco, no Rio de Janeiro; Lessa pediu mais projetos


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista cresceu 1,2% em 2003 na comparação com 2002, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Esse crescimento foi maior do que o previsto pela federação: entre zero e 0,5%.
As exportações foram as responsáveis pela expansão do INA, informa Cláudio Vaz, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. As vendas externas das indústrias paulistas cresceram 14,8% em 2003. O impacto dessa expansão no INA foi de 2,2%. "O INA cresceu 1,2% porque as vendas para o mercado interno caíram."
Os setores que tiveram desempenho positivo em 2003 foram: mecânico, com alta de 7,4%; de material elétrico e eletrônico (11%) e de papel e papelão (2,9%). Os setores que tiveram pior performance no ano passado foram: de material de transporte, com queda de 1,7%; de material plástico (recuo de 6,6%) e têxtil (6,3%).
O crescimento de 1,2% é considerado "discreto" pela Fiesp. De 1994 a 2003, segundo a entidade, a indústria paulista cresceu apenas 0,8% ao ano. E, de 1997 a 2003, 0,36% ao ano. "O crescimento da indústria nos últimos nove anos foi mínimo, mesmo considerando altas vigorosas da produção em alguns meses", afirma Vaz.
Em dezembro de 2003, o INA cresceu 4,4% sobre novembro, com ajuste sazonal. Sem esse ajuste, o INA caiu 9,1%, no período. A Fiesp só divulgava até agora o índice mensal com ajuste sazonal. A partir deste ano vai divulgar os dois números (com e sem ajuste).
Vaz diz que o índice com ajuste mede o que foi a expectativa da Fiesp para o mês e que o dado sem ajuste mostra a realidade. "A atividade da indústria caiu 9,1% em dezembro do ano passado sobre novembro, mas caiu menos do que em dezembro de 2002 sobre novembro (13,6%). Com o ajuste sazonal, então, o número em dezembro ficou positivo (4,4%)."
A Fiesp entende que a indústria paulista está numa trajetória de crescimento. A redução das taxas de juros e a ampliação dos prazos de financiamento ao consumidor levaram as fábricas a reduzir os estoques no final do ano.
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa de juros em 16,5% ao ano deixou os empresários cismados, diz Vaz, o que pode postergar -mas não suspender- os investimentos planejados para o curto prazo. Para a Fiesp, a indústria paulista deve crescer entre 4% e 5% neste ano.


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