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RETOMADA?
Orçamento do banco para 2004 é de R$ 47,3 bi
Lessa diz temer sobra de recursos no BNDES por falta de projetos
PEDRO SOARES
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem temer que o orçamento do banco para este ano
-R$ 47,3 bilhões, o maior da história da instituição- não seja totalmente executado por causa da
falta de projetos de investimento.
Lessa almoçou ontem com 56
empresários de vários setores e
fez um chamamento para que eles
invistam no país.
O presidente da Suzano Petroquímica, Armando Guedes, confirmou, ao sair do encontro, o pedido de Lessa. "Há mais recursos
que projetos. De certa forma, ele
nos pediu que apresentássemos
sugestões para a retomada do desenvolvimento do país", afirmou.
Lessa disse, porém, estar otimista com 2004: "O cenário macroeconômico é promissor para os
empresários retomarem investimentos". Afirmou que, já no final
de 2003, as empresas voltaram a
solicitar financiamentos.
Prova disso é que cresceram o
total de projetos aprovados
(17%), enquadrados (34%) e o
número de consultas para novos
empréstimos (14%). Esses indicadores, diz Lessa, apontam aumento dos empréstimos em 2004.
Para Lessa, um dos papéis do
banco é fomentar novos investimentos. "Mas os empresários não
respondem só a um almoço. Se
fosse assim, proporia um orçamento de R$ 100 bilhões."
Lessa disse que o grande organizador do evento foi o empresário
Eugênio Staub (Gradiente), membro do conselho de administração
do banco.
Staub disse que o encontro marca um novo modo de o banco se
relacionar com o setor produtivo.
"Essa reunião de hoje é inédita:
um banco de desenvolvimento
chamando seus clientes para explicar o que pretende fazer. É um
outro tipo de diálogo. No passado, a iniciativa era sempre do empresário", disse Staub, primeira
adesão de peso do setor industrial
à campanha de Lula em 2002.
Ao comentar as declarações de
Lula -que disse que os empresários deveriam trabalhar mais e
chorar menos-, Staub afirmou:
"Isso não é comigo. Precisa ver
com quem é. Também não é com
o pessoal que estava no almoço".
Infra-estrutura
No almoço, fechado à imprensa,
Lessa ressaltou a disposição do
banco de financiar obras de infra-estrutura. Presente ao encontro, o
diretor da Odebrecht, Roberto
Dias, disse que Lessa justificou tal
opção por causa do grande potencial de geração de empregos.
Estiveram no almoço empresários de diversos segmentos: Josué
Gomes da Silva (filho do vice-presidente José Alencar e presidente
da Coteminas), Ivoncy Ioschpe
(Ioschpe), Jacks Rabinovich (Vicunha e CSN), Daniel Feffer (Suzano), Paulo Cunha (Grupo Ultra), Paulo Skaf (presidente da Associação Brasileira da Indústria
Têxtil), Eduardo Eugênio Gouvêa
Vieira (Firjan e Ipiranga), entre
outros.
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