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Para presidente,
"índole do povo"
atrai investidor
LEILA SUWWAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM GENEBRA
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA
Ao apresentar o Brasil a empresários em Genebra, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva disse que
o país não espera que crianças de
rua, analfabetos e problemas sociais sensibilizem investidores estrangeiros a aplicarem recursos
no país. Segundo ele, a "índole"
do povo brasileiro e a "seriedade"
do governo transformarão o Brasil num centro de investimentos.
"Eu estou convencido de que o
fato de termos crianças de rua, de
sermos um país com problemas
sociais e de termos analfabetos
não é motivo para sensibilizar nenhum investidor para colocar um
único centavo no Brasil", disse o
presidente, de improviso.
"O Brasil, pela índole de seu povo e pela seriedade com que o governo está enxergando a necessidade de desenvolvimento, deve
ser um grande centro de atenção
dos novos investimentos que vocês pretendem fazer", completou.
O discurso de Lula focalizou seu
esforço no primeiro ano de governo para estabilizar a economia e
melhorar a situação "herdada".
Pelos problemas econômicos,
Lula culpou o histórico de crescimento desigual e desequilíbrios
fiscais. Pelos problemas sociais, a
irresponsabilidade da elite.
"A maior parte dos problemas
que temos hoje é resultado da
ação passada de uma elite que geriu o Estado em proveito de poucos. [...] Agravou de forma insuportável as desigualdades sociais", disse a uma platéia de cerca
de 200 empresários.
"Neste ano, teremos um crescimento entre 3% e 4%", disse Lula,
após reconhecer que os juros, hoje em 16,5%, continuam altos.
Em entrevista, Lula reconheceu
que é preciso mais que encontros
para efetivamente atrair investimentos. "Se cada vez que eu fizesse um encontro eu saísse com um
pacote de investimentos, eu trabalharia da 1h até a meia-noite todos os dias", brincou, ao ser questionado sobre os resultados concretos do encontro.
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