São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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Agora, leste do Estado recebe menos recursos

DA REPORTAGEM LOCAL

Há uma "mancha de investimentos" -como batizaram os técnicos- no lado leste do Estado de São Paulo, que tem atraído menos recursos de investidores. A "mancha" compreende a região de Campinas, entra pela Baixada Santista e invade São José dos Campos e Sorocaba. Esse "lado" atraiu US$ 9,4 bilhões em novos recursos em 2000. Esse valor caiu para US$ 7,5 bilhões no ano passado, segundo a Fundação Seade.
Em 1999, as cidades que compreendem a região chegaram a concentrar 90% de tudo que era aplicado no interior do Estado. Agora, não abocanham mais de 70%. Esse movimento de desconcentração de investimentos já é chamado de "a interiorização da interiorização".
Explica-se: no início dos anos 90, os investidores começaram a concentrar seus recursos em indústrias nessas cidades. Era a "interiorização do desenvolvimento" no Estado. Agora, essas cidades perdem investimentos para outras cidades do interior, como Ribeirão Preto, Barretos e Marília. É "a interiorização da interiorização", como ironizam os economistas.

Abismo de diferenças
O levantamento da Seade mostra ainda que a região metropolitana concentrou muito mais investimentos em ampliação de empresas do que em implantação (abertura) de novas companhias.
No interior ocorreu o contrário. Mais de 48% dos volumes anunciados no ano foram para implantação de empresas em cidades fora da capital paulista.
As diferenças não param por aí. O interior paulista recebeu recursos para aplicar em companhias de tecnologia de ponta (70% do dinheiro na região foi aplicado nisso). Enquanto isso, mais de 70% do capital aplicado na região metropolitana foi usado em empresas de baixa tecnologia.
Essa região, consequentemente, irá criar ocupações com mais baixos salários e com pessoal menos especializado, segundo o estudo.
De acordo com os economistas, no geral, o ano de 2001 apresentou maior quantidade de anúncios de investimentos (1.519, contra 1.106 em 2000), com valores unitários menores.
Pelas contas da fundação, o valor médio das aplicações foi de US$ 16 milhões no ano passado. No ano anterior, havia sido de US$ 22 milhões. (AM)


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