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EMPRESAS
Mau desempenho da empresa pode ter forçado saída da executiva
Maria Silvia confirma saída da CSN
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) confirmou ontem que a
executiva Maria Silvia Bastos
Marques deixará a presidência da
empresa, posto que ocupava havia três anos.
O Conselho de Administração
da companhia se reunirá amanhã
para definir o substituto. O mais
cotado é o atual diretor do centro
corporativo da companhia, Antonio Ulrich, que saiu em janeiro
deste ano da Ipiranga para integrar a diretoria da CSN.
A companhia informou que a
saída de Maria Silvia foi por "motivos estritamente particulares".
Mas as versões que circulam no
mercado são muitas, até a de que
ela tem pretensões políticas.
O fato é que as relações dela
com o controlador da empresa,
Benjamin Steinbruch, do grupo
Vicunha, não eram boas havia
muito tempo. O empresário, havia pelo menos seis meses, desejava uma troca de comando e teria
contratado Ulrich para isso.
Pesaram contra Maria Silvia os
maus resultados da companhia
em 2001. No último trimestre do
ano passado, a CSN teve um prejuízo de R$ 130,8 milhões em razão da desvalorização cambial,
que aumentou sua dívida em dólar. No ano todo, apurou um lucro de R$ 296 milhões -81,5%
menos do que os R$ 1,6 bilhão de
2000.
Maria Silvia perdeu poder com
a demissão, em janeiro, de João
Luis Tenreiro Barroso do cargo de
diretor do centro corporativo.
Antes de presidir a CSN, o cargo
pertencia a ela. Para o lugar de
Barroso, o Conselho de Administração nomeou Ulrich.
Segundo nota da CSN, Maria
Silvia considera que sua contribuição ao processo de reestruturação e de modernização da companhia se concretizou, após seis
anos na empresa. Maria Silvia, diz
a nota, tem a intenção de aguardar por algum tempo antes de iniciar um novo projeto profissional.
Uma das opções seria a carreira
política. Filiada ao PFL desde
1996, cogitou-se até que se candidataria à Presidência da República. Mas qualquer pretensão dela
depende do sinal verde do prefeito do Rio, César Maia, líder pefelista no Estado. Ela foi secretária
de Fazenda de Maia em seu primeiro mandato (1992-1996).
Maia disse "nunca ter ouvido falar" na possibilidade de ela ser
candidata do partido à Presidência nem a outro cargo. "Política
não se improvisa", afirmou.
A possibilidade mais forte é a de
ela ser candidata a deputada.
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