São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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EMPRESAS

Mau desempenho da empresa pode ter forçado saída da executiva

Maria Silvia confirma saída da CSN

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) confirmou ontem que a executiva Maria Silvia Bastos Marques deixará a presidência da empresa, posto que ocupava havia três anos.
O Conselho de Administração da companhia se reunirá amanhã para definir o substituto. O mais cotado é o atual diretor do centro corporativo da companhia, Antonio Ulrich, que saiu em janeiro deste ano da Ipiranga para integrar a diretoria da CSN.
A companhia informou que a saída de Maria Silvia foi por "motivos estritamente particulares". Mas as versões que circulam no mercado são muitas, até a de que ela tem pretensões políticas.
O fato é que as relações dela com o controlador da empresa, Benjamin Steinbruch, do grupo Vicunha, não eram boas havia muito tempo. O empresário, havia pelo menos seis meses, desejava uma troca de comando e teria contratado Ulrich para isso.
Pesaram contra Maria Silvia os maus resultados da companhia em 2001. No último trimestre do ano passado, a CSN teve um prejuízo de R$ 130,8 milhões em razão da desvalorização cambial, que aumentou sua dívida em dólar. No ano todo, apurou um lucro de R$ 296 milhões -81,5% menos do que os R$ 1,6 bilhão de 2000.
Maria Silvia perdeu poder com a demissão, em janeiro, de João Luis Tenreiro Barroso do cargo de diretor do centro corporativo. Antes de presidir a CSN, o cargo pertencia a ela. Para o lugar de Barroso, o Conselho de Administração nomeou Ulrich.
Segundo nota da CSN, Maria Silvia considera que sua contribuição ao processo de reestruturação e de modernização da companhia se concretizou, após seis anos na empresa. Maria Silvia, diz a nota, tem a intenção de aguardar por algum tempo antes de iniciar um novo projeto profissional.
Uma das opções seria a carreira política. Filiada ao PFL desde 1996, cogitou-se até que se candidataria à Presidência da República. Mas qualquer pretensão dela depende do sinal verde do prefeito do Rio, César Maia, líder pefelista no Estado. Ela foi secretária de Fazenda de Maia em seu primeiro mandato (1992-1996).
Maia disse "nunca ter ouvido falar" na possibilidade de ela ser candidata do partido à Presidência nem a outro cargo. "Política não se improvisa", afirmou.
A possibilidade mais forte é a de ela ser candidata a deputada.


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