São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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OUTRO LADO

Banco diz que proíbe operação com doleiros

DA REPORTAGEM LOCAL

O Credit Suisse informou por meio de seu porta-voz em Nova York, David Walker, que o banco proíbe estritamente que seus funcionários usem doleiros. Leia a seguir a nota enviada pelo banco:
"O Credit Suisse tem diretrizes e regras claras e rígidas que regulam as operações dos nossos escritórios de representação, as quais proíbem estritamente a relação de funcionários do banco com pessoas desse tipo [doleiros]. Estamos em contato com as autoridades brasileiras para entender a natureza da investigação e continuar a cooperar".
O advogado Alberto Zacharias Toron, que defende Carlos Martins, diz que a acusação de que seu cliente operava com doleiros e tinha uma espécie de parceria com eles "é absurda".
"Posso assegurar que isso não é verdade. A Polícia Federal diz ter gravações de telefonemas em que o Martins ligava para pessoas que os policiais identificam como doleiros. Isso é absolutamente infundado. O Martins é um profissional do mercado financeiro, com trânsito internacional. Nunca teve relações com doleiros."
Toron afirma que em nenhuma passagem do inquérito há a informação de que seu cliente recebia comissão de Marco Antonio Cursini. "O Martins não precisa desse tipo de coisa." O inquérito também não cita, segundo o advogado, que o Credit Suisse operava com um doleiro oficial.
Essas informações ainda não constam do inquérito da Polícia Federal porque a investigação está em curso.
Toron foi o único advogado que conseguiu, por meio de liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal, ter acesso ao inquérito da PF sobre o Credit Suisse.
Ele critica a interpretação de que advogados não podem ter acesso a inquéritos que relatam investigação em curso e sob sigilo: "Isso consagra a impossibilidade de o advogado exercer o direito mínimo de defesa. Não faz o menor sentido".
O advogado Leonardo Scholz conta que está conversando com Marco Antonio Cursini para, eventualmente, defendê-lo no caso do Credit Suisse. Segundo ele, a PF não intimou o seu cliente até o momento.
"Não conheço concreta e objetivamente o que possa haver nesse inquérito sobre o Cursini porque não consigo ter acesso aos autos. Tudo está sendo apurado sob segredo de justiça", diz. Scholz afirma que não pretende discutir o mérito das eventuais acusações por não conhecer o inquérito.


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