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OUTRO LADO
Banco diz que proíbe operação com doleiros
DA REPORTAGEM LOCAL
O Credit Suisse informou
por meio de seu porta-voz em
Nova York, David Walker, que
o banco proíbe estritamente
que seus funcionários usem
doleiros. Leia a seguir a nota
enviada pelo banco:
"O Credit Suisse tem diretrizes e regras claras e rígidas que
regulam as operações dos nossos escritórios de representação, as quais proíbem estritamente a relação de funcionários do banco com pessoas desse tipo [doleiros]. Estamos em
contato com as autoridades
brasileiras para entender a natureza da investigação e continuar a cooperar".
O advogado Alberto Zacharias Toron, que defende Carlos
Martins, diz que a acusação de
que seu cliente operava com
doleiros e tinha uma espécie de
parceria com eles "é absurda".
"Posso assegurar que isso
não é verdade. A Polícia Federal diz ter gravações de telefonemas em que o Martins ligava
para pessoas que os policiais
identificam como doleiros. Isso
é absolutamente infundado. O
Martins é um profissional do
mercado financeiro, com trânsito internacional. Nunca teve
relações com doleiros."
Toron afirma que em nenhuma passagem do inquérito há a
informação de que seu cliente
recebia comissão de Marco Antonio Cursini. "O Martins não
precisa desse tipo de coisa." O
inquérito também não cita, segundo o advogado, que o Credit Suisse operava com um doleiro oficial.
Essas informações ainda não
constam do inquérito da Polícia Federal porque a investigação está em curso.
Toron foi o único advogado
que conseguiu, por meio de liminar concedida pelo Tribunal
Regional Federal, ter acesso ao
inquérito da PF sobre o Credit
Suisse.
Ele critica a interpretação de
que advogados não podem ter
acesso a inquéritos que relatam
investigação em curso e sob sigilo: "Isso consagra a impossibilidade de o advogado exercer
o direito mínimo de defesa.
Não faz o menor sentido".
O advogado Leonardo Scholz
conta que está conversando
com Marco Antonio Cursini
para, eventualmente, defendê-lo no caso do Credit Suisse. Segundo ele, a PF não intimou o
seu cliente até o momento.
"Não conheço concreta e objetivamente o que possa haver
nesse inquérito sobre o Cursini
porque não consigo ter acesso
aos autos. Tudo está sendo
apurado sob segredo de justiça", diz. Scholz afirma que não
pretende discutir o mérito das
eventuais acusações por não
conhecer o inquérito.
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