São Paulo, segunda-feira, 30 de abril de 2007

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Investidores aguardam indicadores americanos

Nível de atividade nos EUA pode sinalizar futuro do juro

DA REPORTAGEM LOCAL

A agenda econômica da semana está bastante diversificada, principalmente nos Estados Unidos. Por lá, serão conhecidos diferentes números de atividade econômica, que serão acompanhados de perto pelo mercado financeiro global.
No Brasil, onde o feriado do Dia do Trabalho fechará os mercados amanhã, o resultado da produção industrial, a ser conhecido na sexta-feira, é o evento de maior peso dos próximos dias.
A semana começa com um importante indicador de consumo norte-americano, que é o PCE (indicador de gastos com consumo pessoal nos EUA) de março.
O mercado projeta que o núcleo do indicador, que desconta os itens mais voláteis, tenha registrado alta moderada, de 0,1% no mês. Em fevereiro, esse número ficou um pouco acima das expectativas, ao registrar elevação de 0,3%.
O PCE é um indicador com bastante força para mexer com o mercado. Isso porque é acompanhado com atenção pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano), o que pode influenciar suas decisões de política monetária.
Amanhã será a vez do instituto ISM informar resultados do setor manufatureiro. Além disso, haverá a divulgação do índice de confiança do consumidor americano.
Na quinta, o ISM fará a divulgação dos resultados do setor de não-manufaturados.
Na sexta-feira passada, a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) americano do primeiro trimestre decepcionou.
O crescimento da maior economia do mundo ficou em 1,3% no período, na taxa anualizada, sendo o mais fraco desempenho desde os 1,2% registrado nos três primeiros meses de 2003. As projeções apontavam para um crescimento em torno de 1,8%.
O enfraquecimento das exportações e o recuo nos gastos com construção de moradias tiveram impacto negativo no resultado do PIB.
Uma desaceleração mais forte da economia americana pode acabar por fazer com que o Fed decida reduzir os juros do país, que estão atualmente em 5,25% ao ano.
Para as Bolsas de Valores e os títulos da dívida de países emergentes, uma redução nas taxas de juros americanos seria bem-vinda.
Ainda nesta semana serão apresentados nos Estados Unidos dados de desemprego no país do mês de abril.

Dúvida nos juros
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que saiu na quinta-feira passada, decepcionou a parcela do mercado que contava com sinais claros no documento sobre o futuro dos juros brasileiros.
O que se esperava era que a ata mostrasse que a taxa básica de juros poderia voltar a ser reduzida de forma mais rápida. Muitos investidores já estavam se posicionando no mercado futuro contando com a possibilidade de a taxa Selic ser reduzida em 0,5 ponto percentual no próximo encontro do Copom, que ocorrerá nos dias 5 e 6 de junho.
A falta de sinais fez com que os juros futuros subissem nos últimos dois pregões da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) da semana passada.
A taxa básica Selic sofreu na última reunião do Copom, há duas semanas, uma redução de 12,75% para 12,5% anuais.
Agora o mercado terá de avaliar cada dado de atividade e inflação para se reposicionar em relação ao futuro da taxa Selic.
Na sexta-feira, a Fipe vai divulgar o resultado do IPC (índice de preços ao consumidor) do mês de abril.


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