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SALTO NO ESCURO
Empresas devem investir em geração de energia ou comprar no mercado, segundo Pimenta da Veiga
Teles terão de evitar "caladão", diz governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As empresas de telecomunicações terão de investir mais em geração própria de energia (usando
geradores) ou então comprar
energia no mercado -de empresas que estejam economizando-
para que o serviço de telefonia fixa e celular não entre em colapso
durante o período do plano de racionamento.
Essa foi a resposta do governo à
reclamação dos empresários em
relação à obrigatoriedade de redução de 20% no consumo de
energia. Ontem, representantes
das empresas de telecomunicações estiveram reunidos com o
"ministro do apagão", Pedro Parente, e com o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga,
para tratar das consequências do
racionamento no setor.
O governo, por enquanto, descarta dar tratamento privilegiado
ao setor, estabelecendo uma meta
menor de redução de consumo. O
"ministério do apagão", porém,
poderá determinar que as distribuidoras de energia enviem uma
conta única para as prestadoras
de serviço de telecomunicações.
Com uma conta única, em vez
de várias contas separadas por
unidade de consumo, as empresas de telefonia poderão economizar mais. Isso é possível porque
o consumo maior em uma área
poderá ser compensado com cortes em outra.
De acordo com Pimenta da Veiga, uma solução envolvendo
"criatividade" vai ter de ser adotada para o setor. "Um setor dessa
importância não pode ter restrições à sua operação", disse Pimenta. "As consequências [de falta de energia para telecomunicações" seriam amplas."
Pimenta, no entanto, afastou,
por enquanto, a possibilidade de
"caladão" (colapso no sistema de
telefonia). "O assunto não foi resolvido, mas caminha-se para evitar isso", disse.
O ministro das Comunicações
informou ainda que o racionamento de energia não poderá servir de pretexto para que as empresas do setor deixem de cumprir as
metas de qualidade na prestação
de serviço ou de aumento de oferta de linhas, previstas nos contratos de concessão.
Ainda de acordo com o ministro, os custos que as empresas terão para aumentar a geração não
terão impacto significativo no
reajuste de tarifas. "O custo da
energia no setor é de menos de
1%", disse.
Pimenta da Veiga afirmou que
não há possibilidade, por enquanto, de o governo adiar os leilões de
autorização para prestação de telefonia celular nas bandas C e E
por causa do racionamento.
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