São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2001

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SALTO NO ESCURO

Empresas devem investir em geração de energia ou comprar no mercado, segundo Pimenta da Veiga

Teles terão de evitar "caladão", diz governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As empresas de telecomunicações terão de investir mais em geração própria de energia (usando geradores) ou então comprar energia no mercado -de empresas que estejam economizando- para que o serviço de telefonia fixa e celular não entre em colapso durante o período do plano de racionamento.
Essa foi a resposta do governo à reclamação dos empresários em relação à obrigatoriedade de redução de 20% no consumo de energia. Ontem, representantes das empresas de telecomunicações estiveram reunidos com o "ministro do apagão", Pedro Parente, e com o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, para tratar das consequências do racionamento no setor.
O governo, por enquanto, descarta dar tratamento privilegiado ao setor, estabelecendo uma meta menor de redução de consumo. O "ministério do apagão", porém, poderá determinar que as distribuidoras de energia enviem uma conta única para as prestadoras de serviço de telecomunicações.
Com uma conta única, em vez de várias contas separadas por unidade de consumo, as empresas de telefonia poderão economizar mais. Isso é possível porque o consumo maior em uma área poderá ser compensado com cortes em outra.
De acordo com Pimenta da Veiga, uma solução envolvendo "criatividade" vai ter de ser adotada para o setor. "Um setor dessa importância não pode ter restrições à sua operação", disse Pimenta. "As consequências [de falta de energia para telecomunicações" seriam amplas."
Pimenta, no entanto, afastou, por enquanto, a possibilidade de "caladão" (colapso no sistema de telefonia). "O assunto não foi resolvido, mas caminha-se para evitar isso", disse.
O ministro das Comunicações informou ainda que o racionamento de energia não poderá servir de pretexto para que as empresas do setor deixem de cumprir as metas de qualidade na prestação de serviço ou de aumento de oferta de linhas, previstas nos contratos de concessão.
Ainda de acordo com o ministro, os custos que as empresas terão para aumentar a geração não terão impacto significativo no reajuste de tarifas. "O custo da energia no setor é de menos de 1%", disse.
Pimenta da Veiga afirmou que não há possibilidade, por enquanto, de o governo adiar os leilões de autorização para prestação de telefonia celular nas bandas C e E por causa do racionamento.


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