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Implementação do novo sistema no país começa pela região metropolitana de SP
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A implantação da televisão
digital no Brasil começará pela
região metropolitana de São
Paulo, seguida do Rio de Janeiro, de acordo com informações
prestadas ontem por dirigentes
das emissoras de TV.
O cronograma de implantação em âmbito nacional será
definido pelo governo em dois
meses. O decreto que cria o
SBTVD-T (Sistema Brasileiro
de Televisão Digital Terrestre),
assinado ontem pelo presidente Lula, determina, como antecipou ontem a Folha, prazo de
sete anos para que se complete
a cobertura digital em todo o
território nacional.
O diretor de engenharia da
Rede Globo, Fernando Bittencourt, disse que a empresa estará pronta para iniciar as
transmissões em sinal digital
em São Paulo no primeiro semestre de 2007, mas que o início das operações vai depender
da velocidade com que a indústria conseguir colocar os produtos no mercado.
O empresário Eugênio
Staub, presidente da Gradiente, disse que a previsão mais
realista para início das vendas
dos televisores digitais e das
caixas de conversão de sinais é
o último trimestre do ano que
vem. Staub negou que a escolha
do sistema japonês vá tornar o
produto mais caro para o consumidor.
Como o Brasil é o único país
a adotar a tecnologia japonesa,
fora o Japão, fabricantes europeus afirmam que o Brasil pagará mais caro pela TV digital,
por não haver ganho de escala.
O sistema digital norte-americano, conhecido como ATSC, já
foi adotado em quatro países
(EUA, Canadá, México e Coréia
do Sul), e o sistema europeu
(DVB) já foi oficialmente escolhido por 99 países.
Sistema nacional
O sistema digital anunciado
pelo governo vai incorporar soluções de software desenvolvidas por universidades públicas
e privadas brasileiras e adotará
um sistema de compressão de
sinais diferente do usado no Japão. Os japoneses usam o sistema MPEG-2; o Brasil usará
uma versão mais recente, também estrangeira, o Mpeg-4.
Por isso, os equipamentos
para recepção da TV digital
brasileira só funcionarão no
Brasil, a menos que outros países latino-americanos decidam
adotar o SBTVD-T.
O próximo passo será a criação de um fórum, com representantes de técnicos japoneses, da indústria nacional, dos
radiodifusores e do governo para incorporar as inovações brasileiras ao padrão japonês.
A indústria eletroeletrônica e
o governo calculam o impacto
da implantação da TV digital
em bilhões de reais. Segundo
Staub, a indústria prevê que
movimentará R$ 80 bilhões em
negócios, num horizonte de
dez anos. O Palácio do Planalto
divulgou um número ainda
maior: R$ 100 bilhões.
Staub diz que o cálculo da indústria se baseia na previsão da
receita a ser gerada com a substituição de todos os televisores
analógicos por digitais e ainda
pela troca dos telefones celulares por aparelhos capazes de
captar a programação da TV no
visor, e pela receita com a venda dos novos produtos que chegarão ao mercado.
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