São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

análise

Doha projetou Brasil, avaliam especialistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil sairá ganhando politicamente após a Rodada Doha da OMC, tornando-se porta-voz dos pleitos de economias emergentes, ainda que o país seja responsável por 1,18% do comércio internacional, avaliam especialistas ouvidos pela Folha. As atuações do Itamaraty e do chanceler Celso Amorim foram vitais para isso.
"Essa liderança brasileira é uma grata surpresa. A gente fica impressionado com o trabalho do Itamaraty. O lado ruim é o preço a pagar, a desconfiança de parceiros em relação aos objetivos do Brasil. Essa surpresa pode sair pela culatra em algum momento", afirma Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais). Para o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília Virgílio Arraes, o Itamaraty precisou chancelar o modelo agroexportador para ganhar desenvoltura.
Em 2003, durante as negociações comerciais de Doha, o Brasil compôs o G20, grupo que articulou as posições de 20 economias em desenvolvimento. Na semana passada, porém, o acerto começou a fazer água. "O G20 não consegue fechar uma posição comum. É falta de articulação. O Brasil se destaca, mas o foco da diplomacia neste momento não é o G20, e sim a América do Sul, tanto que vem ganhando apoios, como o da Venezuela", disse Arraes. Para o ex-embaixador Rubens Barbosa, o G20 tem problemas porque as agendas dos países "são muito diferentes". "O G20 mudou a correlação de forças políticas. Até a Rodada Uruguai, UE e EUA decidiam tudo e colocavam goela abaixo da gente." (ID)


Texto Anterior: Aprovação no Congresso dos EUA seria difícil
Próximo Texto: Impostos em alta permitem à União elevar gasto e superávit
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.