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Leilão do BC para exportador está emperrado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os leilões de linhas de crédito
destinadas à exportação realizados pelo Banco Central emperraram em menos de uma
semana após começarem. Ontem nenhuma operação com o
lote de US$ 100 milhões ofertado pelo BC foi fechada.
O número de instituições financeiras que podem pegar essas linhas do BC é reduzido
-são apenas os 25 "dealers".
Com isso, a demanda ficou, ao
menos momentaneamente, estagnada, avaliam economistas
e analistas de mercado.
As instituições financeiras
não estariam repassando as linhas para qualquer exportador, como forma de evitar as
operações que representam
maiores riscos.
"O bancos não querem repassar as linhas para quem
realmente precisa, que são pequenas e médias empresas,
pois elas representam maiores
riscos. Isso tem feito com que
parte das linhas adquiridas nos
leilões fique parada à espera de
clientes", afirma Fernando Ferreira, diretor da consultoria
Global Invest.
Desde a última sexta-feira,
quando os leilões tiveram início, a demanda pelas linhas
caiu diariamente. Na sexta,
houve uma demanda de US$
498,35 milhões para os US$ 200
milhões vendidos. Ontem para
os US$ 100 milhões ofertados a
demanda foi de apenas US$ 72
milhões. Como o BC não aceitou as taxas que as instituições
queriam, nenhum negócio foi
fechado. A intenção da autoridade monetária é de ofertar,
pelo menos, US$ 2 bilhões.
Para o economista Fábio Akira, do JP Morgan, a queda da
demanda também se explica
devido ao limite que há no volume que os bancos podem adquirir das linhas oferecidas pelo BC. Esse limite é proporcional à quantidade de linhas para
exportação que os bancos deram nas últimas semanas.
Recuo
Segundo operadores, o fato
de os bancos estarem com muitas linhas para exportação
compradas do BC paradas tem
colaborado para os "spreads"
-a diferença entre o juro que
o banco paga e o que recebe ao
conceder crédito- recuarem.
Muitos bancos vinham pedindo "spreads" que chegavam
a 6 pontos percentuais por linhas pelas quais haviam pago
algo em torno de 4%.
Na opinião de Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do
banco Lloyds TSB, as empresas
consideradas de menor risco
devem estar pressionando os
bancos para que as taxas sejam
reduzidas.
"Há um claro problema na estrutura da operação armada pelo BC. Os bancos deveriam, ao menos, poder repassar as linhas para outras instituições financeiras, que não são "dealers'" diz Ferreira.
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