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COMÉRCIO EXTERIOR
Filial brasileira da Alstom fornecerá carros ao Metrô de Santiago, que receberá R$ 147,4 mi do banco
BNDES financia venda de vagões de metrô
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) financiará as exportações
de vagões da subsidiária brasileira
da multinacional Alstom (França), que fechou um contrato para
vender 180 carros para o Metrô de
Santiago, no Chile.
O BNDES emprestará R$ 147,4
milhões, num prazo de 15 anos,
ao Metrô de Santiago por meio da
BNDES-Exim, braço de exportações do banco. Nesse tipo de crédito à exportação, recebe o dinheiro quem adquire o produto,
em geral, um bem de alto valor. A
operação é similar às que o banco
faz com a Embraer, financiando
os compradores de aeronaves.
Segundo o diretor da área financeira do BNDES, Isac Zagury, a
subsidiária brasileira da Alstom
só conseguiu fechar o contrato
graças ao apoio do BNDES, que a
colocou em condições de igualdade para competir com empresas
da França, Espanha, Alemanha,
Bélgica e Áustria.
Companhias desses países, diz,
tiveram o apoio das agências locais de crédito à exportação para
também fornecer equipamentos
ao Metrô de Santiago.
"Não é financiar a Alstom da
França. Vão ser gerados empregos, renda e entrada de divisas no
Brasil. Estamos financiando uma
exportação de uma empresa instalada no Brasil, gerando emprego aqui. Nesse tipo de negócio, o
papel do financiador é fundamental."
Ingressarão no país na forma de
divisas US$ 173,4 milhões -mais
do que o valor financiado, pois
15% do contrato é pago à vista-
ao longo dos próximos 15 anos.
Zagury disse que a operação
não tem relação com o esforço do
governo de compensar o fechamento das linhas externas às exportações brasileiras. O BNDES
criou uma linha de R$ 2 bilhões,
com o objetivo de suprir empresas brasileiras exportadoras, afetadas pela retração dos bancos estrangeiros, tradicionais financiadores de curto prazo. O executivo
disse que a operação com a Alstom tem outro perfil: é de longo
prazo e financia bens de capital.
Além do empréstimo do
BNDES, a operação da Alstom
contou com o apoio do Proex-Equalização (que financia a diferença entre as taxas de juros brasileiras e internacionais, que são
menores) e tem seguro contra risco político.
Não é a primeira vez que o
BNDES incentiva negócios da
Alstom do Brasil no exterior. Já
foram financiadas compras de vagões da companhia para os metrôs de Buenos Aires e Nova York.
De acordo com o BNDES, a Alstom investirá US$ 25 milhões em
suas fábricas no Brasil até 2003,
criando 1.500 empregos diretos.
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