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Só um terço dos imóveis fica em nome de mulheres
Para a Caixa, titular é quem tem a maior parte na renda
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diferentemente do que previu o governo federal, os imóveis financiados no programa
Minha Casa, Minha Vida não
estão majoritariamente registrados em nome de mulheres.
Os homens continuam sendo a
maioria e respondem por 64%
dos contratos para financiamento de 9.140 unidades realizados até meados de agosto. As
mulheres são apenas 36%.
Independentemente do desejo do governo, a Caixa considera titular do financiamento
quem tem maior participação
na renda na família. E, segundo
essa avaliação, os homens têm
levado vantagem até agora.
Segundo o governo e os pesquisadores que estudam políticas públicas para mulheres, o
registro do imóvel para a mãe
dos filhos do casal é uma forma
de proteger as crianças, que geralmente são cuidadas pela
mulher quando há separação.
"As famílias com crianças pequenas são as mais vulneráveis
à pobreza. O imóvel no nome da
mulher é uma reivindicação
antiga para protegê-las", diz
Hildete de Araújo, especialista
em políticas públicas da Universidade Federal Fluminense.
A vendedora Valdileide Rocha Pereira, 36, concorda com a
recomendação de que o imóvel
fique no nome da mulher. Ela
acaba de pegar as chaves de um
apartamento em São Paulo financiado segundo as regras do
programa habitacional do governo. Valdileide diz que é mais
seguro ter o registro em seu nome. "A mulher pensa mais nos
filhos", diz ela, que nunca casou
no papel com o ex-companheiro e pai de seu filho.
O consultor técnico da vice-presidência de governo da Caixa Econômica Federal, Teotônio Rezende, afirma que registrar o imóvel no nome do homem não é visto como problema pelo banco. Ele diz que o objetivo é que o benefício chegue
às famílias de baixa renda.
O consultor da Caixa diz, entretanto, que, à medida que o
programa avançar pelas regiões
Norte e Nordeste, o percentual
de mulheres responsáveis pelo
financiamento deverá crescer.
Dados do IBGE apontam que a
região Norte é a que concentra
mais domicílios sob responsabilidade de mulheres.
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