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Setor privado nacional sente efeitos da crise internacional
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A ação mais punida ontem na
Bovespa (Bolsa de Valores de
São Paulo) foi a da Rossi Residencial, com queda de 21,06%,
a R$ 5,21.
Além de ser a empresa mais
alavancada entre as grandes
construtoras, a Rossi foi a primeira a sentir no caixa os efeitos do crédito mais caro.
A empresa tomou R$ 40 milhões em dívidas na forma de
debêntures, com o banco Votorantim, pagando CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 3,5% de juros ao ano.
Em sua emissão anterior de debêntures, o custo tinha sido de
106,6% do CDI.
De acordo com Eduardo Silveira, analista do banco Fator,
nessa nova emissão a Rossi está
pagando o equivalente a 129%
do CDI.
"Essa operação confirma como o mercado de dívidas corporativas ficou mais caro e seletivo, como resultado da piora
na crise dos Estados Unidos",
diz Silveira. Na semana passada, Sadia e Aracruz anunciaram
perdas com operações no mercado de câmbio.
A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer),
quarta maior fabricante mundial de aeronaves, disse que o
aperto dos mercados de crédito
está dificultando as compras de
aviões por parte de alguns
clientes. "Alguns clientes disseram estar enfrentando maiores
dificuldades de financiamento,
mas não percebemos nenhum
impacto desse fator sobre os
nossos negócios", disse Frederico Fleury Curado, principal
executivo da Embraer, em entrevista concedida em Cingapura. Ele reiterou sua meta de
entrega de 215 aviões neste
ano.
A Embraer teve algumas remessas de aeronaves adiadas
por clientes como a Jet Blue
Airways e a Virgin Blue e acelerou as entregas para outros
clientes, de acordo com o executivo. Não foram cancelados
pedidos na Embraer, e Curado
reafirmou a projeção de entrega de 350 aviões para o ano que
vem.
Com a forte desvalorização
de suas ações na Bolsa, a CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional) iniciou um programa de
recompra de papéis.
Só ontem, a ação ON da companhia sofreu uma desvalorização de 13,65% e fechou o dia
com valor de R$ 37,99.
A meta da CSN é recomprar
10,8 milhões de ações das 455,3
milhões em circulação no mercado, segundo o comunicado
enviado ao mercado na última
sexta-feira.
Com a Bloomberg e AGNALDO BRITO ,
da Reportagem Local.
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