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Dólar recua mais 2%, para R$ 2,14
Na semana, moeda acumula queda de quase 8%; no mês, alta é de 12,5%
Ritmo de fuga de dólares do país caiu na semana passada para US$ 3,2 bi, contra US$ 13,2 bi na semana anterior
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com mais um dia de baixa, o
dólar já acumula queda de 7,9%
na semana. Ontem a moeda
norte-americana fechou a R$
2,143, após recuar 2,06%.
Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostraram
que o ritmo da fuga de dólares
do país diminuiu na semana
passada, embora os números
consolidados do mês continuem negativos. Na média, segundo o BC, US$ 646 milhões
deixaram o país a cada dia útil
da última semana, uma queda
de 75% em relação à média da
semana anterior.
Na semana passada, a saída
ficou em US$ 3,23 bilhões, contra US$ 13,25 bilhões registrados na semana anterior.
Na mínima de ontem, o dólar
chegou aos R$ 2,103. A autoridade monetária ontem voltou a
realizar leilão no qual vendeu
US$ 1,084 bilhão em contratos
de "swap" cambial. Esses títulos rendem a variação do câmbio para as instituições financeiras que os adquirem.
Com o mercado de câmbio
menos tenso, o BC tem preferido não vender dólares no mercado à vista. José Roberto Carrera, diretor da Fair corretora,
afirma que "é positivo que o dólar esteja caindo apenas com as
operações de "swap'".
Porém, o recuo dos últimos
dias ainda não conseguiu fazer
com que a moeda americana
deixasse de acumular alta no
mês, que está em 12,55%.
Neste mês, numa parcial fechada na sexta-feira passada, as
remessas ao exterior superaram os ingressos ocorridos no
período em US$ 4,397 bilhões.
Neste ano, o saldo continua positivo em US$ 12,791 bilhões.
A pequena reação ocorrida
na semana passada reflete, em
parte, a leve recuperação de linhas de crédito para exportação. A concessão de empréstimos por meio de ACC (Adiantamento de Contratos de Câmbio), uma das linhas de financiamento mais usadas no comércio exterior, ficou em US$
229 milhões por dia útil, 53% a
mais do que na semana anterior. Diante da saída de divisas,
o BC injetou cerca de US$ 6,5
bilhões no mercado de câmbio
para tentar atender a procura
por dólar. Para Eduardo Cotrim, sócio-diretor do Banco
Modal, a ação do BC está relacionada à quantidade de empresas que fizeram operações
no mercado de derivativos e
agora precisam comprar a
moeda dos EUA para zerar essas posições.
"O mercado ainda está digerindo todo esse movimento, e o
BC precisa continuar vendendo dólares para atender à procura dessas empresas", afirma
Cotrim.
Para se protegerem de uma
possível desvalorização do real,
muitas empresas fizeram, nos
últimos meses, complexas operações no mercado de derivativos, que incluíam a venda de
dólares no mercado futuro. Como a cotação da moeda dos
EUA disparou, essas empresas
tiveram grandes prejuízos e
precisam comprar dólares agora para equilibrar suas contas.
"Isso ainda deve afetar o mercado pelo menos até o final da
semana que vem", diz Cotrim.
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