|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rapidez da crise surpreende economista
IAGO BOLÍVAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O coordenador do Grupo
de Análise e Previsões do
Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), Marcelo Nonnenberg, disse que a
redução do Índice de Confiança da Indústria apontada
pela FGV já era esperada,
mas que o tamanho do recuo
o surpreendeu.
"Esse número mostra como está sendo rápido o efeito
da crise financeira sobre o lado real da economia brasileira", disse ele.
Nonnemberg avalia que os
primeiros sinais da crise chegaram por meio do aperto de
crédito, que reduz o capital
de giro das empresas. Com
menos dinheiro em caixa, os
empresários tendem a reduzir as horas extras, o que diminui o poder de compra dos
consumidores.
O ciclo é impulsionado
ainda, diz o economista, pela
queda nas bolsas, que diminuiu a riqueza de alguns consumidores, e pelas dificuldades de exportação. "Ainda não dá pra saber qual o saldo
para o comércio exterior de
movimentos como a valorização do dólar, a queda de
preços e a redução da demanda externa", disse.
Rogério César de Souza,
economista Iedi (de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial), afirma que a queda
de confiança mostra que os
índices aquecidos, como o
INA (Indicador de Nível de
Atividade) da indústria paulista, divulgado na terça-feira, mostraram apenas uma
situação do passado.
Lembrando que o Índice
de Confiança do Consumidor, divulgado na semana
passada pela FGV, também
recuou aos níveis de 2006,
ele diz que há sinais generalizados de desaquecimento.
Como novembro e dezembro se beneficiam das vendas
de Natal e do 13º salário, ele
diz que os sinais serão claros
em janeiro, caso o cenário internacional continue turbulento. "Deve ser um mês
complicado", disse. "Vamos
começar um ano bem diferente do que começou este,
projetando para 2009 um nível menor de atividade."
Texto Anterior: Índice de confiança da indústria despenca Próximo Texto: Desemprego em setembro é o menor em 12 anos em SP Índice
|