São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Rapidez da crise surpreende economista

IAGO BOLÍVAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Nonnenberg, disse que a redução do Índice de Confiança da Indústria apontada pela FGV já era esperada, mas que o tamanho do recuo o surpreendeu.
"Esse número mostra como está sendo rápido o efeito da crise financeira sobre o lado real da economia brasileira", disse ele.
Nonnemberg avalia que os primeiros sinais da crise chegaram por meio do aperto de crédito, que reduz o capital de giro das empresas. Com menos dinheiro em caixa, os empresários tendem a reduzir as horas extras, o que diminui o poder de compra dos consumidores.
O ciclo é impulsionado ainda, diz o economista, pela queda nas bolsas, que diminuiu a riqueza de alguns consumidores, e pelas dificuldades de exportação. "Ainda não dá pra saber qual o saldo para o comércio exterior de movimentos como a valorização do dólar, a queda de preços e a redução da demanda externa", disse.
Rogério César de Souza, economista Iedi (de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), afirma que a queda de confiança mostra que os índices aquecidos, como o INA (Indicador de Nível de Atividade) da indústria paulista, divulgado na terça-feira, mostraram apenas uma situação do passado.
Lembrando que o Índice de Confiança do Consumidor, divulgado na semana passada pela FGV, também recuou aos níveis de 2006, ele diz que há sinais generalizados de desaquecimento.
Como novembro e dezembro se beneficiam das vendas de Natal e do 13º salário, ele diz que os sinais serão claros em janeiro, caso o cenário internacional continue turbulento. "Deve ser um mês complicado", disse. "Vamos começar um ano bem diferente do que começou este, projetando para 2009 um nível menor de atividade."


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