São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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MARCHA LENTA

Falta de crédito externo e inflação vão conter economia outra vez

Bacha prevê "ano medíocre" e alta de 0,5% do PIB em 2003

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

O economista Edmar Bacha, do banco Itaú BBA, espera um crescimento de 1,4% do PIB neste ano. Para 2003- que será "um ano medíocre", nas palavras de Bacha- a expansão esperada é bem menor: de 0,5%.
Segundo ele, os principais empecilhos para a recuperação da economia brasileira são a escassez de crédito externo e a alta da inflação. Bacha ressaltou que esses dois problemas não têm ligação com o novo governo eleito do PT.
"São dois pressupostos ruins que não têm nada a ver com o Lula", disse o economista.
Segundo Bacha, a recuperação das linhas de crédito só deverá começar a ocorrer em 2004. Ele disse que uma provável instabilidade em alguns países da América Latina contribuirá para o afastamento dos investidores da região. Um exemplo é a eleição argentina.
Em relação à inflação, o economista disse que o que mais preocupa é a recente alta de preços dos serviços. Bacha citou também a expansão monetária-provocada principalmente pela dificuldade do governo em rolar suas dívidas e pelos saques em fundos de investimento-como outra causa das pressões inflacionárias.
Por conta da alta da inflação, Bacha acredita em novo aumento da taxa básica de juros, atualmente em 22%, que deve encerrar o ano em 24%, segundo o economista.

Revisão do PIB
A taxa de crescimento do PIB brasileiro no primeiro semestre deste ano foi revista pelo IBGE de 0,14% para 0,21%. O crescimento do segundo trimestre do ano (abril-junho) em relação ao mesmo período de 2001 passou de 0,99% para 1,01%. A taxa para os 12 meses encerrados em junho subiu de 0,03% para 0,06%. Já o PIB de 2001 teve o crescimento reduzido de 1,51% para 1,42%.
Segundo Roberto Olinto, coordenador da equipe técnica do PIB Trimestral do IBGE, as alterações não foram decorrentes de erros, mas da revisão regular das contas nacionais anuais feitas pelo órgão.


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