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MARCHA LENTA
Falta de crédito externo e inflação vão conter economia outra vez
Bacha prevê "ano medíocre" e alta de 0,5% do PIB em 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
O economista Edmar Bacha, do
banco Itaú BBA, espera um crescimento de 1,4% do PIB neste ano.
Para 2003- que será "um ano
medíocre", nas palavras de Bacha- a expansão esperada é bem
menor: de 0,5%.
Segundo ele, os principais empecilhos para a recuperação da
economia brasileira são a escassez
de crédito externo e a alta da inflação. Bacha ressaltou que esses
dois problemas não têm ligação
com o novo governo eleito do PT.
"São dois pressupostos ruins
que não têm nada a ver com o Lula", disse o economista.
Segundo Bacha, a recuperação
das linhas de crédito só deverá começar a ocorrer em 2004. Ele disse
que uma provável instabilidade
em alguns países da América Latina contribuirá para o afastamento
dos investidores da região. Um
exemplo é a eleição argentina.
Em relação à inflação, o economista disse que o que mais preocupa é a recente alta de preços dos
serviços. Bacha citou também a
expansão monetária-provocada
principalmente pela dificuldade
do governo em rolar suas dívidas
e pelos saques em fundos de investimento-como outra causa
das pressões inflacionárias.
Por conta da alta da inflação,
Bacha acredita em novo aumento
da taxa básica de juros, atualmente em 22%, que deve encerrar o
ano em 24%, segundo o economista.
Revisão do PIB
A taxa de crescimento do PIB
brasileiro no primeiro semestre
deste ano foi revista pelo IBGE de
0,14% para 0,21%. O crescimento
do segundo trimestre do ano
(abril-junho) em relação ao mesmo período de 2001 passou de
0,99% para 1,01%. A taxa para os
12 meses encerrados em junho subiu de 0,03% para 0,06%. Já o PIB
de 2001 teve o crescimento reduzido de 1,51% para 1,42%.
Segundo Roberto Olinto, coordenador da equipe técnica do PIB
Trimestral do IBGE, as alterações
não foram decorrentes de erros,
mas da revisão regular das contas
nacionais anuais feitas pelo órgão.
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