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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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Sérgio Werlang acredita que taxa poderá cair à medida que a situação fiscal melhorar

Criador do sistema de metas de inflação vê piso real de 8%

DA REPORTAGEM LOCAL

Criador do sistema de metas de inflação utilizado pelo BC (Banco Central), o economista Sérgio Werlang, diretor-executivo do Itaú, não tem dúvida sobre qual seria o piso da taxa de juro real hoje no Brasil: 8%, número que seria dado pela relação entre dívida pública e PIB (Produto Interno Bruto) e pelo superávit primário, que é a economia que o governo faz para pagar os juros.
Para ele, o juro real só poderá diminuir à medida que a situação fiscal melhorar. (CT)

 

Folha - Existe um piso para a taxa de juros real no Brasil?
Sérgio Werlang -
O piso depende da relação entre dívida pública e PIB e do superávit primário. Hoje esse piso seria próximo de 8%. À medida que a relação dívida/ PIB diminuir e o superávit primário for maior, poderemos convergir para uma taxa de cerca de 5%.

Folha - O sr. acredita que 2004 é o ano em que o BC testará esse piso?
Werlang -
Não. Em 2004, nós devemos ter um juro real de 9%. Hoje ele está em 11% e ainda há espaço para cair. Acho que o Banco Central vai testar o piso em 2005.

Folha - Qual é a taxa de juro real considerada ideal?
Werlang -
Para crescer de maneira sustentada, seria necessária uma taxa de 4%, 5%. Mas o Brasil ainda pode crescer com juros elevados, desde que mantenha um superávit primário elevado.

Folha - Mas ainda não há sinais de crescimento.
Werlang -
A retomada já começou. O PIB cresceu 0,4% no trimestre passado em relação ao anterior. Nossos cálculos indicam que, quando a expansão atingir 3,2% ao ano, começa a haver queda no desemprego. Nós devemos ter em 2004 um crescimento de 3,5% a 4%, que é compatível com uma taxa de juro real de 9%.



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