São Paulo, quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

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Rússia pretende conter capital especulativo

Brasil, Coreia do Sul e Taiwan já adotaram medidas para frear fluxo de entrada de dinheiro estrangeiro

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou que o governo pretende conter a entrada de capital especulativo estrangeiro. A chegada de dinheiro do exterior tem provocado a valorização da moeda local, o rublo, prejudicando as exportações russas, repetindo o movimento que ocorre em outros emergentes, como o Brasil.
"Precisamos corrigir as regras para que se torne menos interessante para o capital estrangeiro vir correndo para a Rússia", disse Putin, que, no entanto, descartou controle mais duro, como vem sendo discutido por setores do governo. "Não haverá revoluções."
O primeiro-ministro não deu mais detalhes sobre os planos do governo, mas garantiu que as medidas serão graduais. Afirmou ainda que, aos poucos, o país vai adotar o regime de livre flutuação do rublo, o que, segundo ele, também vai ajudar a frear o capital especulativo.
"À medida que a economia se diversificar, passaremos por uma transição para a livre flutuação." Porém, ele disse que a economia russa é muito dependente de commodities como petróleo e gás natural e ainda não está pronta para essa mudança, repetindo crítica do presidente Dmitri Medvedev.
Segundo autoridades do Kremlim, as medidas russas não devem seguir o exemplo brasileiro. O Brasil foi o primeiro país emergente a tomar ações para frear o fluxo de capital externo ao, em outubro, determinar o pagamento de 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para recursos vindos de fora aplicados na Bolsa de Valores ou em instrumentos de renda fixa.
Desde então, países como Coreia do Sul e Taiwan também tomaram medidas para barrar o capital especulativo.
Apesar dos repetidos cortes nos juros pelo banco central, a taxa na Rússia, de 8,5%, é uma das mais altas do mundo, o que atrai investidores estrangeiros.
Essa entrada de capital externo favorece a valorização do rublo, o que prejudica as exportações e, consequentemente, a indústria local. Mesmo com as constantes intervenções do banco central no mercado de câmbio, com gastos de dezenas de bilhões de dólares, o rublo se valorizou em cerca de 10% desde o começo de setembro.


Com agências internacionais e "Financial Times"


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