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RECEITA ORTODOXA
País gasta 81 Fome Zero em juros
DA REDAÇÃO
O Orçamento total inicial do
Ministério das Cidades para o ano
passado era de R$ 2,2 bilhões.
Com esse dinheiro, o governo
pretendia começar a regularizar a
propriedade de casas em favelas,
aumentar o investimento em saneamento básico e melhorar moradias em áreas consideradas de
risco ou impróprias.
Mas o Orçamento foi reduzido
para R$ 414 milhões ao longo de
2003, para ajudar na economia de
gastos do governo e no cumprimento da meta de superávit fiscal.
O gasto de juros do Brasil no
ano passado (R$ 145,2 bilhões),
portanto, equivale a 66 Orçamentos originais do Ministério.
Representa também 80,7 programas Fome Zero, o plano de erradicação à fome que pode ser
considerado uma das vitrines do
governo Lula.
O governo havia prometido liberar R$ 5,4 bilhões para a agricultura familiar a partir de julho.
Isso poderia auxiliar no combate
ao desemprego, que foi recorde
em 2003, segundo a Fundação
Seade Dieese.
De julho a outubro foi liberado
R$ 1,5 bilhão para 500 mil contratos. Outros R$ 121 milhões foram
liberados para investimento, além
de R$ 1,379 bilhão para 488 mil
contratos de custeio. Os gastos
com juros poderiam bancar 27
programas desse.
O que o Brasil pagou de juros foi
maior do que os Orçamentos dos
ministérios da Previdência Social
(R$ 110 bilhões, a maior previsão
de gastos do governo para o período) e da Saúde (R$ 30 bilhões),
somados, em 2003.
O dispêndio de encargos da dívida é maior do que a previsão de
dinheiro disponível para a Previdência Social (R$ 129 bilhões), para a Saúde (R$ 36 bilhões) e para o
Ministério do Trabalho e do Emprego (R$ 21,1 bilhões) neste ano.
Não existe país que não se endivide, porém. O financiamento é
uma das formas existentes para
poder colocar a máquina em funcionamento -construir estradas
e hospitais, por exemplo.
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