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FOLHA INVEST
MERCADO FINANCEIRO
Ibovespa resiste à faixa de 12 mil pontos, da qual se aproxima; dólar não cairia abaixo de R$ 3,30
Para analistas, otimismo na Bolsa tem limite
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado parece só olhar para
as boas notícias internas. Essa é
avaliação de analistas. Mas o clima róseo, pelo menos para a Bolsa, deve encontrar resistência se
romper os 12 mil pontos, 12.400
pontos, dizem.
Apesar do ajuste no excessivo
otimismo, de uma parcela do
mercado, com a evolução da
guerra, a Bolsa de Valores de São
Paulo subiu 0,17% na semana e fechou na sexta-feira passada aos
11.396 pontos.
"Se a Bolsa fechar em alta hoje,
como na sexta-feira, terá acumulado valorização de 11% em março. Já está bem esticada. Não consegue passar da faixa de 12 mil
pontos. Não tem combustível para isso", diz Jorge Simino, diretor
do Unibanco Asset Management.
"A Bolsa ainda não tem tendência definida e encontra resistência
muito forte entre 12 mil e 12.500
pontos", concorda Gregório Rodriguez, da corretora Socopa.
Com a percepção de que a guerra poderá durar mais do que esperavam estrategistas americanos e
com as tropas de coalizão se aproximando de Bagdá, alguns analistas temem uma virada de humor.
Mas até sexta-feira o mercado,
segundo analistas, vinha operando numa espécie de piloto automático otimista. "As boas notícias
são levadas em consideração e as
más são deixadas um pouco de lado", disse um operador.
Nos mercados de juros e câmbio, segundo analistas, ainda há
espaço para melhora, se continuarem as captações externas e se
a inflação acentuar a sua queda.
Inflação
A inflação não é a ideal, mas está
caindo, o que afastaria, por ora, a
possibilidade de que o BC venha a
exercer o viés de alta.
Nesta semana sai o relatório de
inflação do Banco Central, relativo ao primeiro trimestre de 2003.
O documento deverá abordar as
hipóteses dos cenários alternativos, que constaram na última ata
do Copom (Comitê de Política
Monetária), divulgada pela autoridade monetária.
Na quinta-feira, será divulgado
o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe do mês de março.
Analistas prevêem que o indicador fique entre 0,7% e 1%, contra
um resultado anterior de 1,61%.
"Se vier em torno de 1,2%, azeda. Quebra a sequência positiva e
volta o risco de uso do viés", afirma Simino.
Executivos de bancos também
demonstraram dificuldade em
explicar a razão do bom humor
na formação da taxa de câmbio. O
dólar tem queda acumulada de
5,68% neste mês.
Uma razão seria que, se a queda
não deriva do componente fluxo
(dólar que entra e que sai), que ficou negativo em fevereiro, só poderia ser creditada a expectativas.
"Com a melhora no cenário,
com apreciação do real, o viés não
será usado, e a taxa de juros pode
cair nos próximos meses. A avaliação parece ser que o pior já passou e empresas estrangeiras estariam desmontando hedge", afirma Simino.
Apesar de ainda haver espaço
para valorização do real, a taxa de
câmbio cairia no máximo a R$
3,30, dizem analistas. Mais que isso, só se o fluxo de investimentos
crescer.
Títulos cambiais
Abril é o mês que concentra o
maior volume de rolagem de títulos cambiais, cerca de R$ 4,3 bilhões. Segundo analistas, as rolagens não preocupam tanto quanto no ano passado.
"A parcela da dívida que vencia
no dia 1º, de cerca de R$ 3 bilhões,
já foi rolada. O ambiente era de
estresse, e optou-se for fazer rolagem integral", diz Simino.
O restante, de valor considerado
pequeno, vence na segunda quinzena do mês.
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