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"Velha Varig" faz vôo inaugural e perde gestor
Batizada de Flex, companhia aérea voa do Rio de Janeiro a Salvador; gestor judicial deixa a companhia
JANAINA LAGE
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
No dia em que a Flex, o novo
nome da "velha Varig", fez seu
vôo inaugural, no sábado, o gestor judicial da empresa, Miguel
Dau, anunciou que sai hoje da
companhia. Dau não confirma,
mas foi convidado para a área
de Operações da nova empresa
criada no país pelo fundador da
JetBlue, David Neeleman.
Dau será substituído por Aurélio Penelas, que atuava como
gerente de RH da Flex. Seu nome será submetido à aprovação
dos credores da empresa, que
carrega dívidas estimadas em
mais de R$ 7 bilhões, em assembléia no dia 17 de abril.
Discute-se ainda a possibilidade de prorrogar o prazo de
recuperação judicial da companhia, que deve acabar em 17 de
julho. Seria uma tentativa de
postergar a volta da Fundação
Ruben Berta, afastada judicialmente, à gestão da empresa.
Dau não quis comentar efeitos
que esse retorno teria.
O juiz Luiz Roberto Ayoub,
responsável pelo processo de
recuperação da companhia,
afirmou que, mesmo após o
prazo de recuperação, o gestor
deverá cumprir as regras previstas no plano da empresa. "O
plano de recuperação judicial
tem dispositivos para que sejam cumpridas as regras."
Para iniciar a operar vôos regulares, a Flex ainda precisa fechar um ajuste de contas com a
VarigLog referente ao uso da
"barriga" dos aviões para transporte de carga e com a nova Varig, que hoje pertence à Gol. O
montante das duas operações
chega a R$ 80 milhões.
Segundo Allemander Pereira
Filho, diretor da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil), a
empresa precisa de uma autorização para vôos regulares que
deve sair na próxima semana,
porque os documentos já foram encaminhados.
Apesar de ter seu nome fortemente vinculado à recuperação
da companhia, Dau afirmou
que a saída não deve atrapalhar
os planos de crescimento da
empresa, que deverá começar a
operar com vôos fretados. Ela
já teve cerca de 40 contatos para operações de charter, como
com Flamengo e São Paulo para a Copa Libertadores.
O primeiro vôo, do Rio de Janeiro para Salvador, foi marcado por lembranças da antiga
Varig, com serviço de bordo sofisticado e a presença de funcionários, representantes da
Justiça do Rio, do ministro
Luiz Marinho (Previdência), do
setor de turismo, do diretor comercial da nova Varig, Lincoln
Amano, e da Anac.
A saída da aeronave foi feita
com uma salva de palmas. Dau
se encarregou de pilotar a aeronave e durante o vôo fez um
discurso sobre o processo de
recuperação da empresa. Em
discurso, o ministro Marinho
afirmou que a Varig sofreu
pressões de "forças ocultas" para evitar sua recuperação.
A jornalista viajou a convite da Flex.
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