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Defesa de dona da Daslu pede esclarecimento sobre sentença
DA REPORTAGEM LOCAL
A defesa de Eliana Tranchesi,
dona da Daslu, entrou ontem
com embargos contra a sentença, um instrumento jurídico dirigido à juíza Maria Isabel do
Prado, da 2ª Vara Federal de
Guarulhos, para pedir esclarecimentos sobre contradições,
omissões e obscuridades na
sentença que a condenou a 94
anos e seis meses de prisão.
Na sentença de primeira instância (cabe recurso ao Tribunal Regional Federal), são condenados Tranchesi, seu irmão
Antonio Carlos Piva de Albuquerque, ex-diretor da loja,
Celso de Lima, dona da importadora Multimport, e outros
quatro donos de importadoras.
"A juíza ignorou as teses da
defesa. A sentença apresenta
também várias contradições.
Cita, por exemplo, que Eliana é
uma "delinquente contumaz",
mas ao mesmo tempo ressalta
que ela não tem antecedentes e
reconhece que é uma ré primária", diz Joyce Roysen, advogada de Tranchesi.
Outro ponto a ser esclarecido, segundo diz, é que a juíza cita a formação de "várias quadrilhas compostas por três pessoas". Mas, pela definição legal,
uma quadrilha é formada por
mais de três pessoas. Ainda segundo a advogada, a juíza cita
mais de 20 vezes que os réus
são parte de uma organização
criminosa, "sem explicar a definição de organização criminosa
e sua relação com os autos".
Segundo advogados consultados, ao entrar com embargos,
a defesa ganha tempo para preparar a apelação contra a sentença. Tranchesi, seu irmão e
Lima foram presos na quinta-feira e libertados 35 horas depois, quando o TRF e o Superior Tribunal de Justiça concederam liminares libertando-os.
(CLAUDIA ROLLI E FÁTIMA FERNANDES)
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