São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

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"Pediram que eu me afastasse", diz executivo

DE NOVA YORK

"Pediram que eu me afastasse, e foi o que eu fiz." Dessa forma Richard Wagoner, 56, explicou sua saída do controle da GM, após mais de três décadas em diversos cargos. Ele havia se tornado presidente-executivo em 2000 e desde 2003 também presidia o conselho diretor.
Ele não deverá ser desligado imediatamente. Provavelmente continuará a receber salário anual de US$ 1 (parte de acordo com o governo), porque, se sair, terá direito a um pacote de aposentadoria que pode ultrapassar US$ 20 milhões.
Frederick "Fritz" Henderson, o chefe de operações da companhia, assumirá como presidente-executivo. Kent Kresa, ex-diretor da Northrop Grumman (prestadora de serviços para Defesa), foi nomeado líder interino e não executivo do conselho diretor da GM, que deverá substituir a metade de seus integrantes em abril.
Wagoner começou a carreira na GM como analista financeiro, após se formar em negócios na Universidade Harvard em 1977. Nas duas décadas seguintes, trabalhou na Europa e presidiu a subsidiária no Brasil.
Para críticos, sob a liderança dele, a GM se concentrou em camionetes e utilitários enquanto concorrentes estrangeiras tinham carros menores e com maior eficiência de combustível. Entre 2004 e o ano passado, a empresa perdeu mais de US$ 82 bilhões. O preço das ações caiu de US$ 35 há três anos para US$ 2,70 ontem.
Para defensores, porém, Wagoner está sendo usado como bode expiatório. Ele teria sido importante na negociação de contratos com o sindicato UAW que posicionaram melhor a empresa para o futuro.
Gary Burtless, analista sênior do Instituto Brookings, sugeriu que o afastamento pode se dever à forte resistência de Wagoner ao processo de falência. (AM)

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