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Setor de máquinas prevê déficit de até US$ 12 bi
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A indústria de máquinas e
equipamentos já espera déficit
de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões na balança comercial deste ano, informou ontem o presidente da Abimaq (Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz
Aubert Neto. Se a expectativa
do setor se confirmar, a diferença entre importações e exportações de máquinas dará
um salto entre 122% e 166% ante o déficit de US$ 4,5 bilhões
registrado no ano passado.
Enquanto as importações de
máquinas e equipamentos
cresceram 45,6% nos quatro
primeiros meses deste ano, o
ritmo de expansão das exportações não chegou a dois dígitos
-a alta foi de apenas 8,4%.
Aubert Neto atribui o resultado à valorização do real e ao
aquecimento do mercado interno. Segundo a Abimaq, o
consumo interno de máquinas
produzidas no Brasil e importadas atingiu R$ 28,3 bilhões
entre janeiro e abril -alta de
39,4% em relação ao primeiro
quadrimestre de 2007.
Segundo ele, muitas empresas deixaram de exportar para
atender ao mercado interno,
mas o câmbio foi o principal fator que influenciou nesse resultado. "A balança comercial do
Brasil já dá os primeiros sinais
[de déficit], e não é um efeito
momentâneo. Se continuarmos assim, os US$ 190 bilhões
que o país tem em caixa não vão
dar para nada", disse.
Expansão do faturamento
Apesar das críticas à política
econômica, a receita das indústrias de máquinas e equipamentos atingiu R$ 23,5 bilhões
no primeiro quadrimestre do
ano, com aumento de 30% em
relação ao mesmo período de
2007, segundo a Abimaq.
O faturamento de R$ 6,4 bilhões de abril foi o melhor dos
últimos 15 meses -altas de
32% ante abril de 2007 e de
2,4% em relação a março. Mas o
ciclo de crescimento não deve
se repetir, diz o diretor da Abimaq, Carlos Pastoriza. Ele não
quis arriscar números, mas disse que as estimativas para este
mês são de crescimento tímido
ou até de queda na receita.
Segundo ele, a continuidade
do dólar desvalorizado, os juros
elevados e a concorrência com
os produtos importados impedem o setor de continuar a
crescer de forma expressiva.
Novos parceiros
Mesmo com a queda de 8,4%
nas exportações para os Estados Unidos, o país foi o maior
comprador de máquinas brasileiras de janeiro a abril deste
ano (US$ 728,2 milhões). Mas a
participação do país nas exportações caiu de 25% para 21%.
Segundo Aubert, as perdas
nas vendas aos EUA foram
compensadas com a maior participação dos países latino-americanos nas exportações
brasileiras de máquinas, que
subiu de 29% para 35% do total.
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