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Nordeste espera boom em imóveis de luxo
Pesquisa indica que explosão no mercado de casas e apartamentos em resorts da região deverá acontecer na próxima década
Previsão é que 7.240 novas unidades fiquem prontas até 2014; nesse período, demanda pode variar de 5.000 a 18.000 unidades
TATIANA RESENDE
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE
O Nordeste pode viver um
boom imobiliário na próxima
década no mercado de segunda
residência de luxo -casas e
apartamentos que fazem parte
de resorts. Pesquisa encomendada pela Adit (Associação para
o Desenvolvimento Imobiliário
e Turístico do Nordeste Brasileiro) e pelo Ministério do Turismo mostra previsão de que
7.240 novas unidades fiquem
prontas até 2014. Já a demanda
pode variar de 5.000 a 18.000
unidades, dependendo do cenário, que muda de acordo com
fatores como câmbio, acesso
aéreo e promoção do destino.
Para o presidente da Adit,
Felipe Cavalcante, não é possível falar em boom porque, em
três ou quatro anos, a oferta
sempre se ajusta à demanda,
com empreendimentos sendo
agilizados e novos sendo lançados. "Existe um crescimento
ordenado, sustentável." Para os
hotéis dos resorts, a previsão é
passar dos 7.610 leitos atuais
para 11.810 no mesmo período
-a ocupação, que agora é de
50%, cairia para 47%.
A pesquisa, divulgada ontem
no evento Nordeste Invest,
mensurou também o valor de
venda de imóveis para segunda
residência de luxo, mostrando
que o metro quadrado ainda é
mais barato no Brasil (US$
3.000) do que em destinos próximos, como Punta del Este
(US$ 4.800), no Uruguai.
Há locais, no entanto, como
Itacaré (BA), em que o metro
passou de US$ 1.000 em 2002
para US$ 16.000 atualmente,
comenta Raymond Smith, da
Newmark Knight Frank, responsável pela pesquisa com a
HVS Consulting & Valuation.
Para Diogo Canteras, da
HVS, a demanda doméstica é
mais importante atualmente
do que a internacional por causa da conjuntura econômica,
mas a procura dos estrangeiros
tende a aumentar.
Empreendimentos
Um dos empreendimentos
turísticos lançados no Nordeste, de olho na segunda residência ligada a um complexo hoteleiro, é o The Reef Club Porto
(sul de Pernambuco). A previsão de término do empreendimento da Qualta Resorts Brasil
é 2016, com investimento de
R$ 1 bilhão -inclui 4.000 residências e dois hotéis. As obras
devem começar em janeiro.
Segundo Geraldine Arnaud,
sócia-fundadora da empresa,
que tem 80% de capital espanhol, a expectativa é vender
cerca de 50% para estrangeiros.
"O sul da Espanha é o principal mercado de segunda residência da Europa, mas agora os
europeus estão em busca de outras opções", diz Arnaud.
Outro complexo turístico de
peso na região é o Aquiraz Riviera, com investimento de
US$ 350 milhões até 2012. Localizado na praia de Marambaia, próximo ao Beach Park,
no Ceará, tem 50% de capital
português e área total de 300
hectares, onde há oito lotes para hotéis, além de espaço para a
construção de 634 casas e entre
800 e 1.000 apartamentos. "A
princípio, vamos vender todas
as áreas a incorporadoras", diz
Jorge Chaskelmann, diretor do
projeto. O primeiro hotel já começou a ser construído.
Segundo o Conselho Federal
de Corretores de Imóveis, o
metro quadrado construído
mais caro do Nordeste, em capitais e arredores, está na Bahia, custando R$ 7.000, seguido
por Pernambuco (R$ 6.000). O
terreno mais caro, no entanto,
está no Ceará (R$ 6.000).
Considerando todo o Brasil,
o presidente da entidade, João
Teodoro, estima em 20% a valorização nos últimos três anos
no caso de terrenos e áreas
construídas. "Há uma visibilidade maior por causa dos investimentos estrangeiros."
Em 2007, os investimentos
em imóveis por pessoas físicas
não-residentes no Brasil chegaram a US$ 646,5 milhões no
país. Os EUA responderam por
US$ 102,7 milhões, e a Europa
superou US$ 450 milhões.
Pesquisa da FGV aponta que
79,9% delas já conhecem o Brasil e estão em busca principalmente de sol e praia (76,6%) e
natureza e ecoturismo (11,9%).
A jornalista TATIANA RESENDE
viajou a convite da Adit Nordeste
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