São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Nordeste espera boom em imóveis de luxo

Pesquisa indica que explosão no mercado de casas e apartamentos em resorts da região deverá acontecer na próxima década

Previsão é que 7.240 novas unidades fiquem prontas até 2014; nesse período, demanda pode variar de 5.000 a 18.000 unidades


TATIANA RESENDE
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

O Nordeste pode viver um boom imobiliário na próxima década no mercado de segunda residência de luxo -casas e apartamentos que fazem parte de resorts. Pesquisa encomendada pela Adit (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro) e pelo Ministério do Turismo mostra previsão de que 7.240 novas unidades fiquem prontas até 2014. Já a demanda pode variar de 5.000 a 18.000 unidades, dependendo do cenário, que muda de acordo com fatores como câmbio, acesso aéreo e promoção do destino.
Para o presidente da Adit, Felipe Cavalcante, não é possível falar em boom porque, em três ou quatro anos, a oferta sempre se ajusta à demanda, com empreendimentos sendo agilizados e novos sendo lançados. "Existe um crescimento ordenado, sustentável." Para os hotéis dos resorts, a previsão é passar dos 7.610 leitos atuais para 11.810 no mesmo período -a ocupação, que agora é de 50%, cairia para 47%.
A pesquisa, divulgada ontem no evento Nordeste Invest, mensurou também o valor de venda de imóveis para segunda residência de luxo, mostrando que o metro quadrado ainda é mais barato no Brasil (US$ 3.000) do que em destinos próximos, como Punta del Este (US$ 4.800), no Uruguai.
Há locais, no entanto, como Itacaré (BA), em que o metro passou de US$ 1.000 em 2002 para US$ 16.000 atualmente, comenta Raymond Smith, da Newmark Knight Frank, responsável pela pesquisa com a HVS Consulting & Valuation. Para Diogo Canteras, da HVS, a demanda doméstica é mais importante atualmente do que a internacional por causa da conjuntura econômica, mas a procura dos estrangeiros tende a aumentar.

Empreendimentos
Um dos empreendimentos turísticos lançados no Nordeste, de olho na segunda residência ligada a um complexo hoteleiro, é o The Reef Club Porto (sul de Pernambuco). A previsão de término do empreendimento da Qualta Resorts Brasil é 2016, com investimento de R$ 1 bilhão -inclui 4.000 residências e dois hotéis. As obras devem começar em janeiro.
Segundo Geraldine Arnaud, sócia-fundadora da empresa, que tem 80% de capital espanhol, a expectativa é vender cerca de 50% para estrangeiros. "O sul da Espanha é o principal mercado de segunda residência da Europa, mas agora os europeus estão em busca de outras opções", diz Arnaud.
Outro complexo turístico de peso na região é o Aquiraz Riviera, com investimento de US$ 350 milhões até 2012. Localizado na praia de Marambaia, próximo ao Beach Park, no Ceará, tem 50% de capital português e área total de 300 hectares, onde há oito lotes para hotéis, além de espaço para a construção de 634 casas e entre 800 e 1.000 apartamentos. "A princípio, vamos vender todas as áreas a incorporadoras", diz Jorge Chaskelmann, diretor do projeto. O primeiro hotel já começou a ser construído.
Segundo o Conselho Federal de Corretores de Imóveis, o metro quadrado construído mais caro do Nordeste, em capitais e arredores, está na Bahia, custando R$ 7.000, seguido por Pernambuco (R$ 6.000). O terreno mais caro, no entanto, está no Ceará (R$ 6.000).
Considerando todo o Brasil, o presidente da entidade, João Teodoro, estima em 20% a valorização nos últimos três anos no caso de terrenos e áreas construídas. "Há uma visibilidade maior por causa dos investimentos estrangeiros."
Em 2007, os investimentos em imóveis por pessoas físicas não-residentes no Brasil chegaram a US$ 646,5 milhões no país. Os EUA responderam por US$ 102,7 milhões, e a Europa superou US$ 450 milhões.
Pesquisa da FGV aponta que 79,9% delas já conhecem o Brasil e estão em busca principalmente de sol e praia (76,6%) e natureza e ecoturismo (11,9%).


A jornalista TATIANA RESENDE viajou a convite da Adit Nordeste


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