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SOCORRO
Chefe da missão ao país elogia o BC por ter interrompido o corte dos juros
Avanço da inflação preocupa o FMI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A aceleração da inflação foi o tema que preocupou a missão do
FMI (Fundo Monetário Internacional), que encerrou ontem a oitava revisão do acordo com o Brasil. "No fronte da inflação houve
alguns pequenos aumentos, mas
esperamos que esse crescimento
seja temporário", disse o chefe da
missão ao país, Charles Collyns,
ao ser questionado sobre quais
pontos teriam preocupado a instituição nas discussões com as autoridades brasileiras.
Collyns afirmou, no entanto,
que até o final do ano o Banco
Central deverá ter espaço para
promover novos cortes dos juros.
Ele elogiou a atual política do BC,
que desde abril suspendeu a trajetória de redução da Selic (taxa básica de juros da economia).
"É apropriado que o Banco
Central tenha interrompido os
cortes dos juros", disse ele. "Nossa expectativa é que, até o final do
ano, deverá haver espaço para o
BC retomar a redução dos juros,
uma vez que a inflação esteja sobre controle", completou. Na opinião de Collyns, o BC adotou uma
atitude apropriada e cautelosa.
A trajetória da inflação foi a única observação negativa que
Collyns fez durante sua passagem
por Brasília. Ontem, após se reunir com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), ele disse
que recomendará à diretoria da
instituição que aprove a oitava revisão do acordo com o Brasil.
"Todos os critérios de performance e metas foram cumpridos", declarou Collyns. Segundo
ele, a diretoria do Fundo deve se
reunir no final de setembro para
aprovar formalmente a revisão.
"Não esperamos nenhum problema [para a aprovação]. As coisas
vão caminhar muito bem, dada a
boa performance do governo",
disse ele, que elogiou a agenda de
reformas do país.
Nesse primeiro semestre, o governo cumpriu com folga a sua
principal meta com o FMI -o superávit primário (economia de
receitas para o pagamento de juros) de 4,25% do PIB.
Dados divulgados ontem pelo
BC mostram que o Brasil economizou R$ 13,583 bilhões a mais do
que o necessário para cumprir o
acordo com o Fundo. "Nós fizemos uma avaliação muito positiva da economia", disse Collyns.
Com a aprovação da revisão, o
Brasil poderá sacar cerca de US$
1,3 bilhão do Fundo. O atual acordo envolve empréstimos de cerca
de US$ 40,1 bilhões. O governo,
no entanto, não tem usado o dinheiro disponível e afirma que o
atual acordo é apenas preventivo.
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