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SINDICATOS
É o que diz Leôncio Martins Rodrigues
Greve surgiu fora da estrutura tradicional
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
Com a atual crise vivida pelo
sindicalismo, não seria de se espantar que um dos maiores movimentos grevistas recentes no
país tenha surgido fora das estruturas tradicionais de sindicatos profissionais.
A avaliação é do cientista político Leôncio Martins Rodrigues,
da Unicamp (Universidade estadual de Campinas), um dos
maiores pesquisadores acadêmicos sobre o assunto no país.
"O sindicalismo tradicional é
uma coisa em extinção, em declínio", disse o pesquisador. "A
maioria desses caminhoneiros
não são assalariados, são proprietários. Sempre existiu entre
eles um espírito de corpo. O que
ocorreu agora foi uma tentativa
de organização por fora das estruturas tradicionais", afirmou.
Segundo o professor da Unicamp, uma das hipóteses para
explicar a força do protesto dos
caminhoneiros autônomos desta semana, que paralisou o país
por alguns dias, é que realmente
tenha sido um movimento de
base, que ganhou força a partir
de uma situação social crítica.
Protestos estes que revelaram
uma capacidade de pressão excessiva em mãos de uma única
categoria profissional, que sabia
do seu poder e, possivelmente,
não acreditava em reação enérgica do governo em um primeiro
momento, avalia o pesquisador.
A continuidade do movimento
de caminhoneiros autônomos,
como uma nova força no cenário
político e econômico, vai depender muito da atuação do governo
nas negociações com os líderes
da categoria, segundo ele.
As reivindicações dos caminhoneiros são mais fáceis de
atender do que, por exemplo, as
demandas do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra).
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