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APLICAÇÕES
Moeda se valoriza e Bolsa cai com incertezas; renda fixa não consegue alcançar inflação pelo IGP-M
Dólar lidera e o juro real fica negativo
da Redação
O dólar liderou o ranking das
aplicações financeiras em julho,
seguido pelos investimentos em
renda fixa, já que a Bolsa de Valores despencou. Os juros, entretanto, perderam da inflação medida
pelo IGP-M.
Como o regime cambial é agora
flutuante e cresceram as incertezas no mercado (Argentina, EUA
e ajuste fiscal no Brasil), tanto o
dólar comercial quanto o paralelo
tiveram valorização acima de 2%
no mês.
Isso não significa, porém, que a
compra de dólar virou bom negócio. A moeda norte-americana se
valorizou, caindo um pouco no final do mês, porque no regime flutuante é assim que funciona. Evita, ao contrário do que ocorria no
passado, que pressões cambiais
sejam neutralizadas pela política
monetária.
Os juros básicos, pelo contrário,
até caíram no final deste mês. A
taxa básica recuou de 21% para
19,5% ao ano, já que, na visão do
Banco Central, a trajetória da inflação (alvo da política monetária) é de queda a médio prazo,
apesar do repique provocado neste mês pelo tarifaço.
Bolsa sem gás
A Bolsa de Valores esfriou, com
queda superior a 10% no Índice
Bovespa, porque o volume de negócios caiu muito.
Os investidores estrangeiros,
que dão gás ao mercado acionário
de países emergentes como o Brasil, se retraíram. Há incerteza no
ar, e o custo da CPMF encareceu
as operações feitas aqui. Muitas
ações de empresas brasileiras podem ser negociadas diretamente
em Nova York.
Renda fixa
No segmento de renda fixa, a liderança foi dos CDBs prefixados
de grande investidor, com 1,62%
bruto e 1,30% líquido em julho,
após o desconto do Imposto de
Renda de 20% (não foi computado no cálculo o efeito indireto da
CPMF).
Mas essa aplicação não é para
qualquer um. É taxa de mesa, para clientes especiais, ou seja, não
consegue ser obtida pelo investidor comum que vai a uma agência bancária. Na média, os CDBs
prefixados deram 1,5369% bruto
ou 1,23% líquido no mês (22 dias
úteis).
É rentabilidade próxima à média dos FIFs de 60 dias, e mais do
que a dos fundos de 30 dias, devido, nesse último caso, ao compulsório de 5%.
Liquidez diária
A partir de agosto, tudo isso
muda. Acaba até o compulsório
de 50% dos fundos de curto prazo. Entra em cena o IOF que vai
punir resgates até 29 dias. Com os
juros atuais, aplicar por até 20
dias vai dar até prejuízo, devido à
CPMF.
A maioria dos atuais FIFs e
FACs ganhará liquidez diária, e o
mês de julho já valeu para a contagem dos 29 dias sujeitos ao IOF.
No 30º dia da aplicação a alíquota
desse tributo é zero.
Juro real
A caderneta de poupança foi a
lanterna da renda fixa, com apenas 0,7948%, praticamente a metade da inflação de 1,55% medida
pelo IGP-M.
Os juros reais foram negativos
não apenas na caderneta, mas
também nas aplicações mais rentáveis. Analistas financeiros lembram, porém, que a medição dos
juros reais não deve ser feita no
curto prazo (um ou dois meses).
Em horizontes mais amplos, os
juros reais continuam positivos.
O ouro se desvalorizou em julho, apesar do movimento inverso do dólar, porque as cotações
internacionais do metal estão no
fundo do poço.
(GABRIEL J. DE CARVALHO)
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