São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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Fraga diz que taxa pode cair na próxima reunião do Copom

CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga Neto, disse ontem que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) nesta semana, de adotar um viés neutro para a taxa de juros, não significa que ela não possa cair na próxima reunião do mesmo Copom.
Segundo Fraga, o viés de baixa indicava apenas que o governo dava ao presidente do BC a faculdade de reduzir os juros entre uma reunião e outra do Copom. O viés neutro, disse, indica que o governo não vê necessidade de mexer na taxa até a próxima reunião (em 1º de setembro), salvo em situação de emergência.
Fraga disse que o viés será retomado sempre que o Copom achar necessário. Na quarta-feira, os juros básicos foram reduzidos de 21% para 19,5%.
Segundo o presidente do BC, a mudança teve também o objetivo de acabar com uma interpretação errada de que o viés indicava a tendência da inflação.
Mesmo com o repique inflacionário de julho -a inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) atingiu 1,55%-, o presidente do BC disse que o índice oficial do governo para o ano vai ficar abaixo de 10%.
A inflação oficial do governo é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. De janeiro a junho, o IPCA apresentou alta de 3,96%.
A análise de Fraga foi feita ontem, durante palestra no seminário "O Real, as Reformas e o Futuro", promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro.
À tarde, no mesmo fórum, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, foi menos enfático em relação à concretização da meta inflacionária deste ano (8%, com margem de erro de dois pontos para cima ou para baixo). Ele preferiu mencionar apenas as metas de 2000 e 2001 e dizer que essa e outras metas macroeconômicas "devem ser vistas no médio e longo prazos".
As explicações de Fraga acalmaram o setor de renda fixa. No mercado DI (juros futuros), a taxa para agosto recuou 1,12%.


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