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BC muda regra para tentar manter financiamento para exportadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central vai deixar de
oferecer US$ 100 milhões por dia
ao mercado para financiar empresas exportadoras. Além disso,
tornou mais flexíveis as regras
desses leilões. Nos últimos dois
dias, as ofertas do BC fracassaram
por falta de interesse dos bancos
em participar da operação.
O BC aumentou o prazo dado
aos bancos para que os recursos
fossem efetivamente repassados
às empresas e autorizou que um
número maior de bancos participem dos leilões. Nos últimos dois
dias, o BC ofereceu US$ 200 milhões em linhas de crédito, mas
nenhuma venda foi fechada.
Na semana passada, o BC havia
anunciado que pretendia vender
US$ 2 bilhões aos bancos, que deveriam usar os recursos para financiar as exportações brasileiras. Em leilões periódicos, seriam
vendidos dólares para os 25 bancos autorizados a fazer operações
com o BC -conhecidos no mercado como "dealers". Essas instituições, por sua vez, teriam até
cinco dias para repassar os recursos às empresas.
A partir de terça-feira, os bancos terão sete dias para repassar o
dinheiro para os exportadores.
Além disso, todos os bancos poderão participar dos leilões, e não
apenas os "dealers".
O BC também deve reduzir o
prazo máximo estipulado para os
financiamentos concedidos pelos
bancos a empresas. O prazo, que
era de seis meses, agora vai ser definido a cada leilão. Na oferta de
ontem, o prazo foi de quatro meses. Segundo o diretor de Política
Monetária do BC, Luiz Fernando
Figueiredo, a periodicidade e o
volume das ofertas será decididas
de acordo com a demanda.
Figueiredo disse que a intenção
é colocar no mercado, na semana
que vem, um "volume importante" de dólares que devem financiar as exportações, mas não especificou qual seria esse montante.
O objetivo do BC é vender pelo
menos US$ 2 bilhões, que serão
repassados às empresas.
O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Beny Parnes, rebateu as principais críticas feitas por
analistas de mercado sobre a
atuação da instituição na área do
crédito às exportações.
Parnes negou que a falta de interesse dos bancos em participar
dos últimos leilões signifique que
a estratégia do BC tenha fracassado. Também disse que os juros
cobrados pelos bancos nos empréstimos às empresas não são
elevados.
Para Parnes, a falta de demanda
pelas linhas de crédito oferecidas
é um sinal de que o mercado está
se normalizando, tornando a ação
do BC menos necessária. Parnes
disse ainda que os bancos cobram
juros de aproximadamente 3% ao
ano -além da remuneração cobrada pelo BC, de cerca de 4%-
nos empréstimos aos bancos, o que não seria uma taxa elevada.
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