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Mudança agrada mas crédito deve ficar mais caro
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As mudanças feitas pelo Banco Central nas regras para a
concessão de linhas para exportação agradaram ao mercado. No entendimento de economistas e analistas financeiros, a possibilidade de um número maior de bancos ter acesso às linhas deve ajudar a distribuir melhor o crédito entre os
exportadores. Mas, ressalvam,
as taxas podem subir.
O BC decidiu que, a partir de
terça, os "dealers" -25 bancos
credenciados pelo BC- poderão repassar crédito para outras instituições financeiras.
Uma das reclamações do
mercado era que muitas instituições que não são "dealers"
têm importante participação
na concessão de crédito às exportações.
"Quem não é "dealer" e opera
fortemente no segmento de exportação estava ansioso para
que o BC tomasse essa decisão", afirma Norberto Valdrigue, diretor-executivo da área
internacional do banco BMC.
"Mas isso pode encarecer um
pouco mais os custos para os
exportadores, pois deve haver
um prêmio que os "dealers" cobrarão para repassar as linhas
para os outros bancos."
Uma das queixas recorrentes
nos últimos dias era que as linhas estavam chegando muito
caras aos exportadores.
Ontem, pelo segundo dia,
não houve operações fechadas
no leilão de linhas realizado pelo BC. Para a oferta de US$ 100
milhões, a demanda foi de apenas US$ 33 milhões, a menor
desde o início dos leilões, há
uma semana.
Maior procura
Para analistas, na próxima semana a demanda deve crescer,
como reflexo do número maior
de canais de distribuição dos
recursos. A partir de agora, o
BC deixará de ofertar US$ 100
milhões diariamente, como fez
nos últimos dias. O volume
ofertado nos leilões será decidido a partir do tamanho da procura pelas linhas.
"Mas ainda falta o BC mudar
o critério que calcula o volume
que os bancos podem pegar
das linhas de exportação que
estão sendo leiloadas", diz Valdrigue. O montante a que os
bancos podem ter acesso nos
leilões é relativo ao volume de
linhas de exportação que concederam nas últimas quatro semanas, período em que as operações no segmento já estavam
bastante restritas.
Para Angelo Vasconcellos,
diretor de câmbio do Unibanco, "os ajustes feitos pelo BC
são muito positivos e devem
ajudar a ampliar a oferta" em
um mercado carente de linhas
de crédito.
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