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INVESTIMENTO
Fundo de pensão não quer limites nas PPPs
FABIANA FUTEMA
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
Os fundos de pensão decidiram
se unir contra a possível criação
de limites para investimentos do
setor nas PPPs (Parcerias Público-Privadas). Reunidos no 25º
Congresso Brasileiro dos Fundos
de Pensão, representantes das
maiores entidades de previdência
complementar do país assinaram
anteontem uma moção de repúdio à fixação de restrições no projeto de lei das PPPs, que tramita
no Congresso. Essa moção será
entregue ao Senado, que deve votar o projeto após as eleições.
"Querem criar limites para as
fundações investirem nas parcerias. Não podemos concordar
com esse tipo de discriminação",
disse o presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades
de Previdência Complementar),
Fernando Pimentel.
O senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE), por exemplo, defende que a participação do BNDES e
de fundos de pensão de estatais
seja restrita ao máximo de 50%
nas PPPs.
Em vez de segurança, segundo
ele, a fixação de limites máximos
para as aplicações em PPPs pode
vir a se transformar numa obrigação compulsória para o investimento do setor. "Se abrirmos
mão agora do limite máximo,
também poderemos ser surpreendidos com a criação de limites mínimos de aplicação em
PPPs", afirmou Pimentel.
Para o presidente da Funcef,
Guilherme Lacerda, os fundos
não podem aceitar que o Senado
trate os gestores de previdência
complementar como "juridicamente incapazes". "Somos mais
fiscalizados que os banqueiros. As
PPPs não são invenção de um ou
outro partido. Elas são uma necessidade dentro de uma realidade adversa", disse ele se referindo
à necessidade de investimento em
projetos de infra-estruturas.
De acordo com ele, não há risco
de utilização das PPPs de forma
irresponsável.
"Essa idéia de criar limites é um
equívoco, um retrocesso. Não
tem cabimento. Temos leis rigorosas e conselhos fiscais que nos
impedem de utilizar de forma irresponsável o patrimônio dos
participantes."
O secretário de Previdência
Complementar, Adacir Reis, explicou que resoluções de regulação e supervisão das fundações
colocam limites suficientes para
os investimentos do setor. "Não
precisamos de novas limitações.
O setor já cumpre uma série de
restrições. E o descumprimento
desses limites pode sujeitar o gestor a uma série de penalidades."
A jornalista Fabiana Futema viajou a Fortaleza a convite da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar).
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