São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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"Equipe" de Chávez atuou em negociação

DO ENVIADO A LA PAZ

Ao longo da última semana, os representantes da Petrobras e de outras empresas negociaram os aspectos legais do acordo firmado com a estatal boliviana YPFB através de dois advogados americanos do escritório Curtis, Mallet-Prevost, Colt & Mosle, com sede em Nova York. Um desses advogados, George Kahale, foi o representante legal da PDVSA durante a negociação de novos contratos entre a estatal venezuelana e 31 empresas multinacionais, no final do ano passado.
A informação, confirmada à Folha por dois participantes das reuniões na semana passada, foi negada veementemente pela YPFB. Segundo a estatal boliviana, só participou da reunião uma equipe de técnicos bolivianos apresentada formalmente ao presidente Evo Morales.
"A equipe técnica são todos jovens bolivianos, apresentados ao presidente da República", disse um alto funcionário da YPFB. "Nenhum estrangeiro participou da negociação." O alto funcionário, do gabinete do presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, disse que não conhece Kahale.
Em discurso na sexta-feira durante, as primeiras assinaturas com as empresas Total e Vintage, Morales disse que, diferentemente do governo Gonzalo Sánchez de Lozada, não gastou em contratações com consultorias estrangeiras. Segundo ele, Sánchez de Lozada pagou US$ 26 milhões nos anos 90 para fazer os acordos com as empresas anulados e substituídos pelos da semana passada.
A Folha ligou para o escritório de Kahale e enviou um e-mail solicitando detalhes, mas não obteve resposta. De acordo com a publicação "The American Lawyer", Kahale e seu escritório estiveram envolvidos nas negociações com a PDVSA e as petroleiras na Venezuela. Das 31, apenas 2, a Eni e a Total, se recusaram a aceitar um acordo com a Venezuela.
A publicação diz que Kahale faz parte de um crescente número de advogados americanos que vêm se especializando em disputas entre multinacionais e governos latino-americanos. (FM)


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