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Ainda não há condições para novo investimento, diz Planalto
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro avalia
que, apesar do acordo fechado
no final de semana, ainda não
há condições de a Petrobras
voltar a investir na Bolívia. Para
o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), o acordo garante só investimentos de manutenção nos campos de gás natural. "Ainda é cedo para falar de
novos investimentos."
Na avaliação do ministro, a
solução para o regime de exploração dos campos de gás era, de
longe, a questão mais importante para o governo brasileiro.
"O acordo dá muito mais segurança. A Petrobras não poderia
ter contratos de venda de gás
no Brasil e não estar participando do processo de produção
na Bolívia. Isso criaria muita
insegurança", avaliou.
Além disso, o fato de passar a
existir um contrato ratificado
pelo Congresso boliviano também contribui para construir
uma situação mais sólida para
os investimentos da Petrobras,
segundo Rondeau.
O ministro avaliou que o resultado da negociação foi bom
para o Brasil e a Bolívia. Sobre
uma eventual perda de rentabilidade da Petrobras, ele disse
que, quando foram fechados os
primeiros contratos de exploração, o risco era muito grande
para as empresas que estavam
esperando, por isso a rentabilidade tinha que ser maior. Hoje,
com risco menor, é natural que
a rentabilidade diminua.
Com o acordo firmado, a participação fixa do governo boliviano em impostos e "royalties"
ficou em 50%, e não em 82%,
como defendia o governo de
Evo Morales. Por outro lado a
YPFB (estatal boliviana) terá
uma parcela adicional, que vai
variar em função do investimento, da produção, dos preços
e da depreciação.
Mesmo com o acordo assinado, duas questões ainda precisam ser decididas: o preço do gás comprado pela Petrobras e
a nacionalização das refinarias.
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