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Bolsa volta a subir e acumula alta de 18,95% na semana
Com dia positivo nos mercados do exterior, Bovespa tem avanço de 7,5% ontem
Ações de bancos estiveram
entre os destaques do dia;
saldo negativo de operações
dos estrangeiros ainda
prejudica o mercado local
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o mercado acionário
mundial em mais um dia de recuperação, a Bovespa encontrou ânimo para se apreciar
com força. Ao terminar as operações com valorização de
7,47%, a Bolsa de Valores de
São Paulo passou a acumular
ganhos de 18,95% na semana.
Mas a melhora dos últimos
pregões não deverá conseguir
salvar a Bolsa do vermelho no
mês -a não ser que tenha uma
impressionante alta hoje.
A queda do índice Ibovespa
neste mês está em 24,41%. Ontem, o Ibovespa encerrou em
37.448 pontos, o que fez com
que a baixa acumulada neste
ano ficasse em 41,38%.
As altas no exterior foram
menos intensas, mas as principais Bolsas subiram. Em Nova
York houve ganho de 2,11% no
índice Dow Jones. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 2,49%.
Em Londres, a Bolsa ganhou
1,16%. Apenas na Ásia a euforia
foi maior: em Tóquio, por
exemplo, a alta foi de 9,96%.
O resultado negativo do PIB
(Produto Interno Bruto) dos
Estados Unidos, que recuou
apenas 0,3% no terceiro trimestre, acabou sendo recebido
com tranqüilidade, pois os analistas esperavam que o resultado fosse ainda pior.
A decisão do Copom (Comitê
de Política Monetária) de manter a taxa básica Selic em
13,75% ao ano, anteontem,
também ajudou a manter os investidores animados.
Em um momento em que as
ações de grandes empresas brasileiras, que têm apresentado
resultados robustos, estão com
preços bastante baixos, qualquer sinal menos negativo no
exterior tem favorecido as
compras na Bolsa local.
"O fim do mês também ajuda
na recuperação do mercado. É
normal vermos os gestores
buscando oportunidades para
melhorar o retorno dos fundos,
o que acaba por ajudar a Bolsa",
afirma Fausto Gouveia, analista financeiro da Win -"home
broker" da Alpes Corretora.
Altas expressivas não faltaram no pregão de ontem. Considerando as maiores companhias da Bolsa, destacaram-se
BM&FBovespa ON, que subiu
15,8%, Gerdau Metalúrgica
PN (13,31%), Bradesco PN
(12,27%) e Itaú PN (10,57%). As
ações da Petrobras e da Vale
também tiveram ganhos elevados. Para a estatal, as altas ficaram em 6,77% (PN) e 8,11%
(ON). Os papéis da Vale subiram 7,23% (PNA) e 7,13% (ON).
A melhora dos últimos dias
na Bolsa paulista não foi acompanhada por um retorno do capital externo. Se algum dinheiro estrangeiro esteve na ponta
de compra, como afirmaram
operadores do mercado, o saldo
acumulado no mês nas operações da categoria ainda está
muito negativo. O último boletim da Bovespa mostra que o
saldo das compras e das vendas
de ações brasileiras feitas pelos
investidores estrangeiros está
negativo em R$ 5,15 bilhões até
o dia 28. Com isso, o balanço
deste ano mostra resultado negativo de R$ 23,5 bilhões.
Como os investidores estrangeiros respondem por 35% do
total das operações realizadas
no mercado acionário brasileiro, essa fuga prejudica bastante
o desempenho da Bovespa.
Juros futuros
No primeiro pregão após a
decisão do Copom, as taxas futuras dos contratos de prazos
mais longos foram as que reagiram com maior intensidade na
BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros). No contrato DI
(que mostra as expectativas para os juros) com resgate em janeiro de 2010, que costuma ser
o mais negociado, a taxa subiu
de 15,41% para 15,56%. Isso
ocorreu porque parte dos investidores contava com a redução da taxa Selic.
Mas, como a maioria dos investidores esperava pela manutenção da Selic, o pregão foi
tranqüilo. O número de contratos negociados ficou em 662
mil -25% a menos que o giro
do dia anterior. No contrato
mais transacionado ontem, que
vence na virada do ano, a taxa
caiu de 13,85% para 13,83%.
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