São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Bolsa volta a subir e acumula alta de 18,95% na semana

Com dia positivo nos mercados do exterior, Bovespa tem avanço de 7,5% ontem

Ações de bancos estiveram entre os destaques do dia; saldo negativo de operações dos estrangeiros ainda prejudica o mercado local

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o mercado acionário mundial em mais um dia de recuperação, a Bovespa encontrou ânimo para se apreciar com força. Ao terminar as operações com valorização de 7,47%, a Bolsa de Valores de São Paulo passou a acumular ganhos de 18,95% na semana.
Mas a melhora dos últimos pregões não deverá conseguir salvar a Bolsa do vermelho no mês -a não ser que tenha uma impressionante alta hoje.
A queda do índice Ibovespa neste mês está em 24,41%. Ontem, o Ibovespa encerrou em 37.448 pontos, o que fez com que a baixa acumulada neste ano ficasse em 41,38%.
As altas no exterior foram menos intensas, mas as principais Bolsas subiram. Em Nova York houve ganho de 2,11% no índice Dow Jones. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 2,49%. Em Londres, a Bolsa ganhou 1,16%. Apenas na Ásia a euforia foi maior: em Tóquio, por exemplo, a alta foi de 9,96%.
O resultado negativo do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, que recuou apenas 0,3% no terceiro trimestre, acabou sendo recebido com tranqüilidade, pois os analistas esperavam que o resultado fosse ainda pior.
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa básica Selic em 13,75% ao ano, anteontem, também ajudou a manter os investidores animados.
Em um momento em que as ações de grandes empresas brasileiras, que têm apresentado resultados robustos, estão com preços bastante baixos, qualquer sinal menos negativo no exterior tem favorecido as compras na Bolsa local.
"O fim do mês também ajuda na recuperação do mercado. É normal vermos os gestores buscando oportunidades para melhorar o retorno dos fundos, o que acaba por ajudar a Bolsa", afirma Fausto Gouveia, analista financeiro da Win -"home broker" da Alpes Corretora.
Altas expressivas não faltaram no pregão de ontem. Considerando as maiores companhias da Bolsa, destacaram-se BM&FBovespa ON, que subiu 15,8%, Gerdau Metalúrgica PN (13,31%), Bradesco PN (12,27%) e Itaú PN (10,57%). As ações da Petrobras e da Vale também tiveram ganhos elevados. Para a estatal, as altas ficaram em 6,77% (PN) e 8,11% (ON). Os papéis da Vale subiram 7,23% (PNA) e 7,13% (ON).
A melhora dos últimos dias na Bolsa paulista não foi acompanhada por um retorno do capital externo. Se algum dinheiro estrangeiro esteve na ponta de compra, como afirmaram operadores do mercado, o saldo acumulado no mês nas operações da categoria ainda está muito negativo. O último boletim da Bovespa mostra que o saldo das compras e das vendas de ações brasileiras feitas pelos investidores estrangeiros está negativo em R$ 5,15 bilhões até o dia 28. Com isso, o balanço deste ano mostra resultado negativo de R$ 23,5 bilhões.
Como os investidores estrangeiros respondem por 35% do total das operações realizadas no mercado acionário brasileiro, essa fuga prejudica bastante o desempenho da Bovespa.

Juros futuros
No primeiro pregão após a decisão do Copom, as taxas futuras dos contratos de prazos mais longos foram as que reagiram com maior intensidade na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No contrato DI (que mostra as expectativas para os juros) com resgate em janeiro de 2010, que costuma ser o mais negociado, a taxa subiu de 15,41% para 15,56%. Isso ocorreu porque parte dos investidores contava com a redução da taxa Selic.
Mas, como a maioria dos investidores esperava pela manutenção da Selic, o pregão foi tranqüilo. O número de contratos negociados ficou em 662 mil -25% a menos que o giro do dia anterior. No contrato mais transacionado ontem, que vence na virada do ano, a taxa caiu de 13,85% para 13,83%.


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