São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Dólar recua para R$ 2,105, mas avanço no mês ainda é de 10,56%

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dólar registrou seu quarto dia seguido de baixa e passou a acumular depreciação de 9,5% na semana. A queda de 1,77% de ontem levou a moeda norte-americana a fechar o pregão sendo negociada a R$ 2,105.
O Banco Central manteve-se atuante e realizou tanto leilão para ofertar contratos de "swap" cambial, no qual negociou aproximadamente US$ 1 bilhão, quanto vendeu dólares com compromisso de recompra (cerca de US$ 860 milhões). Os contratos de "swap" rendem a variação do câmbio para as instituições financeiras que os compram.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que já foram usados US$ 32,8 bilhões para intervir no mercado de câmbio. Ele justificou que, desse valor, apenas US$ 4,5 bilhões vieram das reservas internacionais, que hoje são de US$ 203 bilhões. O restante, segundo ele, teve origem em operações que não envolvem diretamente as reservas, como leilões de "swap" e de linhas para o comércio exterior. Meirelles justificou que a "atuação" no mercado cambial tem o objetivo de prover "liquidez em moeda estrangeira".
Mesmo com o resultado de ontem, o dólar chega ao fim deste mês com apreciação elevada, de 10,56%. No acumulado do ano, a divisa dos Estados Unidos registra alta de 18,46%.
"Com o cenário externo um pouco melhor, a certeza de que o BC seguirá fornecendo liqüidez ao mercado cambial e a retração das empresas, as instituições financeiras não estão mais tão tomadoras de dólares" diz Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
"Se o cenário externo não se deteriorar de forma acentuada, o dólar deverá manter a tendência de baixa ante o real e voltar ao patamar de R$ 2 nos próximos dias. A moeda americana pode até voltar a oscilar um pouco abaixo desse patamar, desde que as commodities e o dólar no exterior se estabilizem um pouco", completa.
Anteontem, o Fed anunciou que disponibilizou ao Brasil linhas de "swap" (troca) de moedas equivalentes a até US$ 30 bilhões, o que aumenta o poderio do BC para atuar no câmbio. A redução dos juros nos EUA, que caíram de 1,5% para 1%, é outro fator que favoreceu o enfraquecimento do dólar. Para os EUA, não é interessante que sua divisa se mantenha em patamares muito elevados, pois desestimula suas exportações.


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