São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

TIRO NO PÉ
A indústria exportadora de carne bovina pode estar matando a galinha dos ovos de ouro. Com a maior oferta de bois dentro das normas exigidas pela UE, os frigoríficos reduziram muito os prêmios pagos pelas carnes de melhor qualidade.

COMO FICA
Juan Carlos Lebrón, diretor-executivo da Associação Nacional dos Confinadores, diz que os prêmios, antes entre 15% e 20% por arroba, hoje são de 3% a 4%. "Esses percentuais não justificam o esforço que o pecuarista faz para manter a estrutura de controle, que exige tolerância zero."

DESCRÉDITO
Lebrón diz que essa é uma visão curta da indústria que leva, mais uma vez, o setor ao descrédito. A partir de março de 2009, quando a demanda cresce na Europa, os frigoríficos não vão encontrar carne rastreada porque os pecuaristas foram obrigados a abandonar essa prática devido a custos e à menor valorização do produto.

ESFORÇO PERDIDO
A redução da remuneração pode levar algumas fazendas aptas a exportar para a UE a não acompanhar corretamente as medidas de exigência de controle. Se isso ocorrer e surgirem novos problemas sanitários, o país voltará à estaca zero na reconquista desse mercado.

CRISE MENOR
A Feileite, que se realiza em São Paulo, está surpreendendo os organizadores. Mesmo com a crise, o movimento de animais e expositores é recorde. João Sampaio, da Agricultura paulista, disse ontem, na feira, estar otimista. "A fumaça [da crise] começa a passar."

PROPOSTAS DO CAFÉ
O setor de café esteve reunido ontem em Brasília para solicitar apoio do governo tanto na área tributária (transitórias) como na de financiamento. A escassez de recursos e a alta dos juros pesaram fortemente sobre o setor, que exporta US$ 350 milhões por mês, diz Guilherme Braga, do Cecafé.

MEDIDAS TRIBUTÁRIAS
O setor pede, entre outras medidas, agilidade da Receita na restituição de créditos do PIS/Cofins; liberação de 50% dos créditos informados em Dacon e solicitados em PerdComp; e uso desses créditos para compensar débitos ao INSS.

AQUISIÇÃO INTERNA
O setor quer a inclusão do comércio exportador e indústrias de solúvel e de torrefação e moagem na linha de financiamento para estocagem do Funcafé. Pede, ainda, limite maior, de R$ 1,2 bilhão.

LIMITES
O setor quer que as linhas de financiamento para estocagens e aquisições, estas passaram para R$ 15 milhões por mutuário, sejam restritas ao Funcafé -não atingindo outras linhas.


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