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Inverno rigoroso aumenta despesas da população
DE GENEBRA
O "timing" dos alertas de diferentes entidades europeias
sobre o crescimento da pobreza
não é por acaso. Em dezembro
começa o inverno no continente, quando as temperaturas
caem muitas vezes abaixo de
zero e as contas domésticas sobem devido ao aumento dos
custos de eletricidade e de óleo
de calefação, já altos.
A situação, segundo a Cruz
Vermelha, é especialmente grave no leste e no norte europeus,
onde o número de pessoas vulneráveis é maior, a capacidade
do governo de absorver a demanda, menor, e as temperaturas, mais baixas.
Mathew Varghese, da Cruz
Vermelha, recorda de uma vez
quando a ONU o enviou para
fazer uma avaliação na Geórgia.
"Eles estavam vivendo em boas
casas. Quando você olha para a
África, eles vivem em casas feitas de folhas. Se você olha para
os georgianos, eles estavam todos vestidos de preto, agasalhados. Na África, eles têm poucas
roupas", diz. "Mas, quando você olha para quanto a pessoa
precisa gastar com roupas de
inverno, a casa e o restante, o
que sobra é menos do que sobra
para uma família africana."
Varghese diz que, além do sofrimento físico -e do risco de
morte-, há a questão psicológica. "Você precisa de aquecimento. Você vive em apartamentos, não dá para recolher
gravetos para a fogueira numa
cidade. A dor psicológica que isso cria é pior, pois você se sente
excluído da sociedade", diz. "O
aspecto cultural e a exclusão fazem você ficar vulnerável."
A Cruz Vermelha, que afirma
que em 75% de suas unidades
nacionais na Europa registraram aumento de demanda com
a crise, está preocupada com a
ação dos governos durante um
inverno sob a crise -o primeiro
com os mercados de trabalho já
debilitados. "Há um sistema de
proteção social aqui melhor do
que o de outros países. Mas o
que acontece quando o sistema
não foi preparado para uma crise econômica ampla?"
(LC)
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