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Contas pioram, e aperto fiscal fica abaixo da meta
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O resultado fiscal apurado
pelo setor público sofreu forte
queda no mês passado e já faz
com que o saldo em 12 meses fique ligeiramente abaixo da meta estabelecida pelo governo.
Em novembro, o conjunto formado por União, Estados, municípios e estatais economizou
R$ 1,944 bilhão para o pagamento de juros da dívida -redução de 71% ante igual mês de
2007. O principal responsável
foi o governo federal, que teve
um déficit de R$ 3,283 bilhões
no mês passado.
Estados e municípios tiveram resultados semelhantes
aos de meses anteriores e compensaram o saldo negativo nas
contas do Tesouro Nacional.
Com o pior desempenho de
novembro, o resultado acumulado pelo setor público nos últimos 12 meses caiu para um valor equivalente a 4,27% do PIB
(Produto Interno Bruto), nível
que, embora próximo, já está
abaixo dos 4,30% perseguidos
pelo governo neste ano.
Ainda assim, o chefe do Departamento Econômico do
Banco Central, Altamir Lopes,
diz que a meta deve ser cumprida, já que algumas despesas que
normalmente são feitas pelo
governo no final do ano, como o
pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas do
INSS, foram antecipadas para
novembro, o que deve ajudar a
melhorar o resultado fiscal do
último mês do ano.
Lopes ressalta, porém, que o
agravamento da crise financeira poderá afetar o desempenho
fiscal de 2009 caso atinja com
muita intensidade a arrecadação de impostos. "Será preciso
acompanhar um pouco mais de
perto o comportamento das receitas [tributárias]", afirma.
Nos primeiros 11 meses de
2008, o setor público obteve
um superávit primário de R$
134,830 bilhões, dinheiro que
foi usado para abater parte dos
R$ 145,582 bilhões de juros que
incidiram sobre sua dívida. Para comparação: neste ano, o governo federal destinou cerca de
R$ 11 bilhões para o pagamento
de benefícios do Bolsa Família.
Em dezembro, porém, os resultados costumam ser piores
por causa do pagamento do 13º
do funcionalismo público e de
uma maior destinação de verbas para projetos de investimento do governo -recursos
orçamentários que não forem
liberados em um ano não podem ser usados no ano seguinte, daí a corrida que normalmente acontece até o dia 31.
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