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Sucesso é creditado à falta de teoria

Obras têm boa aceitação porque são rasas e dispensam conhecimento prévio, dizem professores

DE SÃO PAULO

O diretor Antonio Pina, 42, da empresa de TI Tecla, estava na sala de embarque de um aeroporto quando comprou "O Gerente Eficaz", de Michael Armstrong (editora Clio). Terminou de ler e adquiriu mais quatro exemplares: um para cada gerente.

"O autor reuniu tudo o que está na moda: liderança e motivação, sem esquecer de controle e entrega de resultados."

Livros de autoajuda profissional e empresarial estão entre os mais vendidos nas seções de administração das livrarias. Isso se deve à busca por explicações aliada a um receio em relação à teoria pura, segundo especialistas.

"Um [livro] científico pode meter medo nos executivos que acham que teoria só serve para a academia", analisa a professora da USP (Universidade de São Paulo) Ana Cristina Limongi-França.

Samy Dana, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), não indica obras de autoajuda empresarial a alunos. "Têm muito senso-comum e não exigem conhecimento prévio, o que aumenta as vendas", afirma ele, que diz ter lido títulos como "O Monge e o Executivo", de James Hunter (editora Sextante).

Mas, para Marcelo Cardoso, 35, diretor da Gonow Tecnologia, as obras "põem o leitor em contato com princípios [de gestão] de forma rápida".

O QUE HÁ EM UM NOME

"Networking", tecnologia no trabalho e criatividade também entram na lista de temas de autoajuda -bem como marketing pessoal, assunto escolhido pelo "coach" Sílvio Celestino, 45.

Quando estava prestes a lançar sua obra pela editora Sedna, o autor fez pesquisa para decidir como a batizaria. A preferência era por "Vamos em Frente", mas adotou "Conversa de Elevador".

O empresário José Marcelo da Silva, 51, leu o livro. "O nome é referência ao marketing pessoal e ao fato de, às vezes, termos pouco tempo para expor algo importante."

Também pelo apelo do título, Alexandre Borin, 34, presidente da Prestus Consultores Virtuais, escolheu "Trabalhe 4 Horas por Semana", de Timothy Ferriss, da Planeta. "Não dá para levar tudo o que ele diz ao pé da letra."

Tânia Gomes, 37, diretora-executiva da agência underDOGS, leu "Trabalhar com Você Está Me Matando", da GMT. "Sou chefe e o título chamou a atenção porque pensei que alguém [da equipe] poderia sentir-se nessa posição", conta a gestora.

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