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Psicóloga americana defende que funcionário otimista nem sempre está preparado para o pior
Bom humor no trabalho não é unanimidade
DA REDAÇÃO
O publicitário Edilson Cordeiro, 33, não se diz mal-humorado,
mas sua resposta mais comum ao
corriqueiro "tudo bem?" é "tecnicamente sim, mas pode piorar".
"Todas as coisas tendem ao
caos. Sempre acho que algo pode
dar errado e sou visto como pessimista. Admito que seja uma postura neurótica, pago esse preço,
mas, veja bem, daqui a cinco minutos pode cair o mundo", diz.
Suas afirmações, embora pareçam exageradas, encontram respaldo em especialistas como Julie
K. Norem, professora de psicologia da Wellesley College, universidade de Massachusetts, EUA.
Autora de "The Positive Power
of Negative Thinking" (na tradução, o poder positivo do pensamento negativo, inédito no Brasil), ela diz que o otimista vive
num mundo de ilusões, enquanto
o pessimista, por levar em conta
vários cenários, está mais preparado para o pior. "O pessimismo
defensivo é uma estratégia para
gerenciar a ansiedade. É usada
por pessoas aflitas, que se antecipam ao que pode dar errado e, então, se tornam mais produtivas",
afirma a psicóloga em seu livro.
Humor genuíno
A empresária e publicitária alemã Judith Mair, 31, compartilha
da mesma idéia. Em seu livro
"Schluss mit Lustig" (na tradução, chega de diversão, inédito no
Brasil), ela expõe idéias polêmicas, como "ninguém precisa ser
gentil no trabalho" e "funcionários devem evitar risadas".
"Acho importante que ninguém
se disfarce ou use máscaras.
Aprendi a não fingir e a assumir
quando estou de mau humor.
Hoje exige-se que as pessoas estejam bem-humoradas e sorrindo.
Todo mundo tem direito ao mau
humor. Prefiro isso para que [os
funcionários] tenham bom humor genuíno por mais tempo."
Conversas sobre algo que não
seja o trabalho? Nem pensar.
"Não conseguimos evitar totalmente, mas tem a ver com as regras de comportamento para o local de trabalho. Não acho que seja
o lugar para trocar informações
sentimentais. Tem de haver uma
diferença clara entre conversa de
amigo e conversa de colega."
"Se a relação se torna muito íntima, evita-se a crítica, cria-se uma
falsa harmonia, você não trabalha
direito. Trabalho é trabalho. Se o
profissional tem tempo definido
para se divertir com seus verdadeiros amigos, sem ter a jornada
de trabalho estendida para 24 horas por dia, ele vem trabalhar mais
feliz na segunda-feira", diz Mair.
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