S?o Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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Volta após curso não dá aumento

Pedido de demissão para estudar em outro país requer mapeamento pessoal e de mercado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para conseguir uma promoção na empresa, primeiro vem o pedido de demissão, seguido de matrícula em um curso no exterior. O retorno ao Brasil, no entanto, pode não vir com o salto na carreira, explicam especialistas consultados pela Folha.
Por isso, antes de pedir as contas, é importante questionar-se, sugere Matilde Berna, diretora de transição de carreira da Right Management.
"O mercado demanda essa especialização? Trabalharei diretamente com esse idioma? A empresa tem necessidade de um funcionário mais escolarizado? A companhia tem condições de oferecer uma licença não remunerada durante o período?" são algumas das avaliações que o trabalhador deve fazer antes de embarcar, indica Berna.
Se as respostas forem negativas, orienta a executiva, "essa melhoria do currículo provavelmente não vai resultar em promoção imediata, mas esse profissional terá melhores condições de progredir ao longo da carreira".
Avaliar a qualificação dos colegas também é uma necessidade, indica Rubenvaldo Costa, diretor da consultoria DBM no Rio de Janeiro.
"Muitas vezes, o profissional procura um MBA ou um curso de inglês porque a maior parte dos colegas já os tem. Nesse caso, o curso visa à sustentação do posto, não é um diferencial", explica.

DESEJO
A temporada de um ano e meio na Austrália para estudar inglês não rendeu à jornalista Camila Cintra aumento de salário ou de posto na rádio em que atua na Bahia.
Voltou para o mesmo cargo, mas com um certificado de proficiência em inglês que lhe permitiu participar da cobertura da rádio na Copa do Mundo no ano passado, feita diretamente da África do Sul.
"Hoje nenhum curso é garantia de emprego. O estudo é uma ferramenta que pode ajudar o profissional a subir os degraus desejados se ele souber usá-lo corretamente", considera o diretor da empresa de recrutamento Hays Rodrigo Soares.
Matilde Berna, da Right Management, completa: "A maior experiência não está no banco da escola, mas no dia a dia do trabalho, na habilidade, no desempenho e no comprometimento, que contam mais do que um curso ou idioma adicional".


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